A crise econômica que abalou o mercado mundial não poupou as micro e pequenas empresas brasileiras. Pela primeira vez desde que os sintomas começaram a eclodir no país, foi realizada uma pesquisa analisando o impacto da turbulência nos negócios de pequeno porte. Dos 2.937 empresários investigados pelo Sebrae, 63% disseram que a crise afetou seus resultados. Destas, 70% disseram ter vendido menos e 69% sentiram no bolso o impacto da contração.
Elas registram queda no faturamento nos últimos três meses de 2008, período em que a economia registrou retração de 3,6%. Apesar dos números negativos, os micro e pequenos empreendedores estão otimistas e apostam em uma recuperação neste ano. De cada 100 entrevistados, 62 acreditam que as vendas vão aumentar este ano.
A pesquisa divulgada nesta quinta-feira foi realizada pelo Sebrae dos dias 3 a 13 de março nas 27 unidades da federação e levantou dados sobre o resultado no último trimestre de 2008 e as expectativas para 2009. Com perda de clientes 55% sentiram uma redução na demanda , os empresários diminuíram as encomendas. Nos últimos três meses de 2008, 60% reduziram os investimentos e apenas 30% aumentaram estoques. No entanto, menos de um terço diminuiu o número de funcionários.
Apesar do resultado do fim de 2008, os empresários estão mais confiantes sobre 2009. Metade dos entrevistados planeja aumentar investimentos e 68% acreditam que os clientes vão voltar. Ainda assim mantêm a cautela. Do total, 53% não vão alterar os estoques e 56% não pretendem alterar o quadro de pessoal.
As micro e pequenas empresas brasileiras representam 94,7% dos estabelecimentos declarantes do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), indicador do governo federal utilizado para acompanhar o mercado de trabalho formal. Segundo dados compilados pelo Sebrae, em fevereiro as microempresas geraram 71.019 empregos formais, enquanto as pequenas empresas extinguiram 16.935 e as médias e grandes demitiram 44.905 funcionários.
Veículo: Jornal do Commercio - RJ