São Paulo - O comércio varejista brasileiro apresentou queda de 3,6% nas vendas do mês de novembro, sobre o mesmo período de 2015, segundo o índice ICVA, apurado pela empresa de meios de pagamento Cielo. A queda, no entanto, foi menos intensa do que a verificada em outubro, quando o indicador apurou um recuo de 6%, na mesma comparação - afirmou a empresa na sexta-feira da semana passada (16). Segundo a Cielo, essa desaceleração na retração do varejo vista em novembro foi influenciado, em grande parte, por conta de efeitos do calendário do mês.
"O período contou com uma sequência de feriados como Finados, Proclamação da República e Consciência Negra (em algumas cidades) que, em conjunto, resultaram em um impacto positivo ", afirmou a companhia por meio de nota, citando ainda o evento da Black Friday, em 25 de novembro, que também impactou positivamente nas vendas do comércio nacional. "Ajustados esses efeitos, o índice da Cielo aponta retração de 4,9%, patamar muito similar ao apresentado nos meses anteriores", acrescentou.
A pesquisa mostrou ainda que quase todos os setores analisados pelo estudo continuaram mostrando queda nas vendas, salvo poucas exceções, como turismo e drogarias e farmácias - que é justamente um dos setores do varejo que tem se mostrado mais resiliente à recessão econômica.
Bens duráveis
Pela primeira vez desde o início da pesquisa, que começou em janeiro de 2014, o bloco de setores que comercializam bens não duráveis - supermercados e hipermercados, postos de combustíveis, drogarias e farmácias, entre outros - apresentou desempenho pior que o grupo de setores que vendem bens duráveis e semiduráveis - móveis, eletrodomésticos e lojas de departamento, vestuário, entre outros. O ICVA é calculado com base em vendas realizadas em mais de 1,7 milhão de pontos ativos credenciados à Cielo.
Dados do IBGE
O indicador foi divulgado alguns dias depois que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicou pesquisa mostrando que as vendas do varejo tiveram o pior outubro desde 2000, com recuo de 8,2% na comparação anual. O estudo mostrou ainda que no acumulado dos dez primeiros meses deste ano o comércio recuou 6,7%, frente à igual período do ano passado.
Fonte: Jornal DCI