Consumidores fazem troca de presentes no pós-Natal

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Engana-se quem pensa que passado o Natal os centros de compras ficam vazios. Ontem, por exemplo, muitas pessoas aproveitaram para trocar seus presentes, movimentando as lojas. É importante ressaltar que os estabelecimentos não são obrigados pelo Código de Defesa do Consumidor a fazer a substituição do produto, e que muitos exigem o cupom fiscal para a troca. No entanto, em tempos de crise, os comércios aproveitam a presença de novos consumidores para ampliar os valores das vendas.



Instalada no Golden Square Shopping, de São Bernardo, a loja de sapatos e acessórios femininos Santa Lolla, por exemplo, realizou cerca de 30 trocas até o fim da tarde de ontem. “De tudo o que a gente vende no mês de dezembro, cerca de 25% são trocados”, conta o supervisor da unidade, Renan Piaia, 32 anos. Segundo ele, normalmente os clientes não se importam em pagar a diferença, caso o produto escolhido seja de maior valor. “Geralmente, acabam precisando acrescentar entre R$ 50 e R$ 100”, detalha. Algumas vezes a loja ganha muito com a troca, caso de uma cliente que ganhou carteira de R$ 99 e levou bolsa de R$ 399 no lugar. Neste Natal as comercializações tiveram alta de 130% em comparação com a mesma data em 2015. “Foi muito melhor do que esperávamos.”



Na loja de roupas femininas Simulassão, trocas são sinônimo de novos clientes. “Vejo com bons olhos. Temos clientes que vieram apenas para fazer troca e passaram a comprar com a gente desde então. Na hora da troca, o cliente precisa ser muito bem atendido, isso faz a diferença”, conta a gerente do estabelecimento Luciana dos Passos Souza Bispo, 32. Segundo ela, a substituição do presente é mais comum nesta época por conta dos amigos-secretos, e que na maior parte das vezes o problema é o tamanho. “Neste fim de ano as pessoas gastaram, em média, entre R$ 119 e R$ 149.” Para continuar com as vendas aquecidas, a unidade já oferece desconto de 50% na compra da segunda peça de roupa.



Também instalada no complexo de compras, a Levi’s, especializada em peças jeans para homens e mulheres, também teve dia agitado de trocas, e a projeção é de que siga assim nesta semana, principalmente. “As pessoas buscam trocar os presentes que não serviram ou que não ficaram bons no corpo por outra peça de valor semelhante. Dá para dizer que, a cada dez presentes comprados, dois são trocados”, assinala o gerente Daniel Augusto Mazete, 26. Em alguns casos, o cliente volta. “Roupa é uma necessidade, e mesmo com a crise econômica, nós vendemos. Pode ser que em vez de a pessoa levar três calças, ela leve uma, mas não deixa de comprar.” Segundo Mazete, neste fim de ano o tíquete médio gasto na unidade foi de R$ 300. “Foi um período bom.”



A contadora Tais de Castro, 33, de Santo André, é uma das pessoas que precisaram trocar os presentes que ganharam: uma calça e um chinelo. “Se não é meu tamanho ou não ficou bom não tenho problema nenhum em voltar à loja. Se gosto de outra peça também não ligo em pagar a diferença, o importante é usar o presente.” Caso seja preciso pagar a diferença, Tais é rápida na forma de pagamento: prefere desembolsar à vista.



Quem opta pela substituição dos presentes do Natal nos dias seguintes à data, no entanto, corre o risco de encontrar as lojas com poucas peças disponíveis, como foi o caso do administrador de empresas Manoel Costa, 47, de São Bernardo. Junto com as filhas e a mulher, eles não conseguiram trocar o sapato por outro de numeração maior, nem o creme para a mulher. “Pagamos a diferença de R$ 5 e levamos um demaquilante (produto para tirar a maquiagem), o último disponível, inclusive. Para o sapato, teremos de ir em outra unidade da rede para ver se encontramos.”



Vale lembrar o consumidor que as trocas devem ser realizadas em até 30 dias, na maioria dos casos. É preciso ter em mãos a nota fiscal (que para presentes costuma vir sem valor), além de o produto estar em excelente estado. Itens que estavam na promoção, geralmente, não podem ser trocados – vale ressaltar a quem presenteia e àquele que recebe. Em situações do tipo, não há o que fazer. Se não serviu, na maioria dos casos não tem negociação.

 



Fonte: Diário do Grande ABC

 

 

 


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