São Paulo - O movimento de vendas do varejo paulistano cresceu em média 0,8% em maio na comparação com o mesmo mês de 2016. O dado é do Balanço de Vendas da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
"Apesar de leve, esse aumento marca a passagem do campo negativo para o positivo em 2017. Finalmente saímos do vermelho", ressalta presidente da ACSP, Alencar Burti. Em janeiro, fevereiro, março e abril, o Balanço de Vendas registrou retrações de 5%, 6,6%, 0,3% e 7,5%, sobre iguais períodos de 2016.
O resultado de maio se deve à base fraca de comparação com maio passado, quando as vendas caíram 13,9%, e também ao efeito-calendário, pois neste ano houve um dia útil a mais. "A crise política e institucional brasileira deve ser acompanhada de perto, pois pode influenciar negativamente a economia, mas as perspectivas são boas para o varejo, visto que a taxa de juros caiu e os últimos indicadores econômicos, com exceção da taxa de desemprego, surpreenderam positivamente", destaca.
Na comparação com abril, as vendas em maio saltaram 26,9% (13,4% nas vendas a prazo e 40,4% à vista) em função do Dia das Mães e dos três dias úteis a mais. Com os três feriados prolongados e a paralisação de transportes, abril terminou no vermelho, gerando uma base fraca.
O balanço aponta também que, de janeiro a maio, as vendas caíram em média 3,6%, ante igual período de 2016. Resultado melhor que no acumulado dos cinco primeiros meses do ano passado, quando as vendas caíram 13%. "Isso reforça que, se a recessão ainda não terminou, ela está perdendo intensidade", opina o presidente da ACSP.
Parcelamentos
Entre janeiro e maio, as vendas a prazo (-4%) caíram mais do que as vendas à vista (-3,1%) em razão dos juros ainda altos, da baixa confiança do consumidor e do desemprego em patamares recordes. "Para se comprometer com parcelas, o brasileiro precisa estar confiante de que não perderá o emprego; neste momento ele ainda não está", diz Burti.
Fonte: DCI São Paulo