FGV: Indicador revela maior incerteza na economia

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O Indicador de Incerteza da Economia Brasileira (IIE-Br) subiu 14,4 pontos na passagem de maio para junho, alcançando 142,5 pontos, informou ontem a Fundação Getulio Vargas (FGV).

 

O aprofundamento da crise política, após o envolvimento do presidente Michel Temer no acordo de delação premiada de executivos do frigorífico JBS, ainda é o principal motivo para a elevação desse indicador.

 

"A elevação de incerteza da economia em junho ainda reflete a crise política deflagrada pela divulgação da gravação de conversa do presidente Temer com o empresário Joesley Batista. Como intensificadores se destacam o julgamento da chapa Dilma-Temer e as indefinições sobre o futuro político e, consequentemente, econômico do País", diz a nota divulgada ontem pela FGV.

 

Com a alta de junho, o IIE-Br está em patamares próximos aos da época do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. "Todos esses fatores fazem com que voltemos ao mesmo nível de incerteza vividos no período pré-impeachment da presidente Dilma Rousseff. Por fim, a denúncia do procurador da República, Rodrigo Janot, deve estender, pelo menos por mais algumas semanas, o período de incerteza muito elevada", continua a nota.

 

O índice mensal passou a integrar o calendário de divulgações de indicadores econômicos do Ibre/FGV no fim de 2016. O IIE-Br é composto por três componentes: o IIE-Br Mídia, que faz o mapeamento nos principais jornais a frequência de notícias com menção à incerteza; o IIE-Br Expectativa, que é construído a partir das dispersões das previsões para a taxa de câmbio e para o IPCA; e o IIE-Br Mercado, baseado na volatilidade do mercado financeiro.

 

Conforme a FGV, o aumento do IIE-Br em junho ocorreu nos componentes Mídia e Expectativa. O componente que mais influenciou o aumento foi o IIE-Br Mídia, com alta de 14,8 pontos e contribuição de 13,1 pontos para a evolução do IIE-Br no mês. Já o IIE-Br Expectativa aumentou 11,3 pontos, contribuindo com 2,8 pontos para o crescimento do indicador agregado. O IIE-Br Mercado foi o único componente a apresentar queda, recuando 12,1 pontos, com impacto de -1,5 ponto no IIE-Br.

 

Previsão

 

No mesmo cenário, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) informou também ontem, em sua Carta de Conjuntura 35, que revisou suas projeções macroeconômicas. A previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2017 ficou em 0,3% enquanto a de 2018 em 2,3%. No documento anterior, o instituto previa crescimento do PIB em 0,7% neste ano e em 3,4% no período seguinte. Apesar disso, o Ipea avalia que a economia manteve a trajetória de retomada gradual da atividade.

 

"Após o impacto inicial dos eventos políticos ocorridos em maio sobre a taxa de câmbio, as taxas de juros de mercado e os índices acionários, houve certa estabilização seguida de recuperação parcial dos preços dos ativos. A manutenção desta relativa estabilidade econômica permanece, porém, condicionada à evolução do quadro político", diz a carta.

 

A projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) também mudou, passando de 3,9% para 3,5% neste ano e de 4,5% para 4,3% em 2018. "Em que pese o fato de que boa parte deste recuo veio por conta da forte queda nos preços dos alimentos, a tendência desinflacionária é disseminada e se verifica nos demais itens", frisa a carta.

 

Fonte: Estadão Conteúdo

 

 

 


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