O percentual de famílias endividadas em São Paulo chegou a 55% em abril, segundo pesquisa da Federação do Comércio de São Paulo (Fecomércio-SP) divulgada ontem. No mês passado, 50% dos consumidores tinham algum tipo de dívida a quitar, enquanto há um ano, o número era de 49%.
A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor aponta que o maior número de famílias endividadas está na faixa com renda de 4 a 10 salários mínimos: 60% tem débitos pendentes. Entre os que recebem até 3 salários mínimos, 58% têm dívidas. Para quem ganha mais de dez salários, o endividamento é de 39%.
Os consumidores mais jovens tem mais débitos. Na faixa entre 18 e 34 anos, 60% possuem dívidas.
Segundo a economista Kelly Carvalho, o cartão de crédito é o maior motivo de dívidas das famílias paulistanas, atingindo 60% dos consumidores. Em seguida aparecem carnês (39%), crédito pessoal (11%), financiamento de carro (9%), cheque especial (7%), cheque pré-datado (6%), financiamento de casa (3%) e crédito consignado (3%).
O nível de inadimplência também subiu. A parcela de famílias paulistanas com contas em atraso passou de 19%, em março, para 22%. Em abril do ano passado, esse número era de 17%.
A economista aponta a alta na inadimplência como resultado direto do desemprego e da queda na renda. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o desemprego na região metropolitana de São Paulo passou de 9,4% em janeiro para 10% em fevereiro. O rendimento médio real recuou 1,6%.
"Nos próximos meses, os indicadores de endividamento continuam sendo condicionados aos impactos da crise financeira internacional sobre a economia brasileira, principalmente sobre as variáveis de emprego e renda", disse.
O potencial de inadimplentes - quantidade de famílias que acreditam não ter condições de pagar total ou parcialmente as suas dívidas nos próximos meses, passou de 5%, em março, para 6% em abril.
Veículo: Jornal do Commercio - RJ