Sem alarde, a eliminação do dólar no comércio entre a Argentina e o Brasil já foi adotada por 120 empresas desde que a proposta entrou em vigor, em 1º de outubro do ano passado. "O Sistema de Pagamentos em Moeda Local (SPML) começou a ser experimentado em operações de US$ 10 milhões, mas as empresas que provaram acabaram repetindo a modalidade de usar pesos ou reais em suas transações", disse uma fonte do Banco Central da Argentina.
As companhias que usaram o sistema são dos setores de têxteis, alimentos e automobilístico, além de supermercados e exportadoras de grãos. Para surpresa de técnicos do BC e de economistas céticos quanto à proposta, o sistema de pagamentos em moeda local já recebeu operações de multinacionais instaladas na Argentina, como a Honda, que importa autopeças e automóveis e motos do Brasil. "A Honda já fez várias operações usando as moedas locais", disse a fonte.
Nesses seis meses de sistema, o volume total de operações chega a 40 milhões de pesos (cerca de R$ 23,74 milhões). As importações e exportações são negociadas com prazo maior e só quando forem concluídas será possível ter o volume exato do que foi operado no período.
Defensores do sistema, os presidentes dos bancos centrais dos dois países, Henrique Meirelles e Martín Redrado, afirmam que a vantagem de eliminar o dólar destas operações é a redução dos custos financeiros e operacionais. Em vez de fazer duas conversões monetárias, de pesos a dólares, dólares a reais, ou vice-versa, é feita somente uma conversão: peso para real ou real para peso.
Veículo: Jornal do Commercio - RJ