A crise econômica mundial pode aumentar as oportunidades de crescimento para a América Latina e, em especial, para o Brasil, disse o diretor do World Economic Forum para a América Latina, Emilio Lozoya Austin. O fórum será realizado no Rio de Janeiro de amanhã a quinta-feira, com participação de cerca de 500 líderes empresariais, políticos e acadêmicos de mais de 35 países discutirão as implicações da crise econômica global na América Latina.
Para Austin, a reunião será realizada em um momento econômico crucial para a região. "Depois da recente cúpula do G20 em Londres, o evento será uma oportunidade para os participantes debaterem como devem ser as respostas da região à crise econômica mundial, em termos concretos. Além disso, pela primeira vez, a América Latina é vista como parte da solução para a atual crise mundial", disse Austin.
Ele afirmou que a crise mundial pode aumentar as oportunidades para a América Latina e, em especial, para o Brasil. Austin destacou também a importância da América Latina como grande mercado consumidor e afirmou que a região atrai a atenção dos empresários de todo o mundo, pois, apesar dos efeitos da crise, ainda tem espaço para crescer.
"Neste momento o País deve aproveitar a crise para não ter um retrocesso nos indicadores sociais que conseguiu fortalecer. De forma geral, com a riqueza em recursos naturais e biodiversidade, força de trabalho jovem e sistemas financeiros relativamente estáveis, a América Latina tem capacidade de enfrentar a atual crise com sucesso. Não deve, entretanto, perder de vista o desafio no longo prazo de harmonizar a expansão econômica com o progresso social", disse Austin.
EQUILÍBRIO. Alessandro Teixeira, presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), que é parceira do Fórum, destacou que a América Latina cresceu em diversos setores econômicos nos últimos dez anos e diversos países ainda estão equilibrados economicamente mesmo com a crise mundial. Para ele, os dois dias de debates do fórum serão fundamentais para encontrar soluções que estimulem o retorno do crescimento econômico.
"O Brasil tem condições de emergir da crise internacional com uma postura mais forte. Países como Colômbia, Peru, Chile e o México também apresentam condições de superação da crise. Em geral, existe uma janela de oportunidades para a América Latina. Na área econômica, o Brasil tem a possibilidade de sair fortalecido da crise para ganhar rapidamente novos mercados internacionais. Além disso, a América Latina é a região que tem mais atratividade do ponto de vista de retorno de investimento", afirmou Teixeira.
A abertura do evento será feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Entre os chefes de estado que vão participar da reunião estão o presidente da República Dominicana, Leonel Fernández, e o presidente da Colômbia, Alvaro Uribe Velez.
A representação brasileira inclui os ministros José Gomes Temporão, da Saúde, Dilma Roussef, da Casa Civil, Carlos Minc, do Meio Ambiente, Patrus Ananias, de Desenvolvimento Social e Luta Contra a Fome, do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, dos governadores Sérgio Cabral, do Rio, e Carlos Eduado de Souza Braga, do Amazonas, do prefeito Eduardo Paes e do senador Aloizio Mercadante.
Veículo: Jornal do Commercio - RJ