O governo federal e as principais empresas brasileiras se voltaram para mercados com pouca tradição comercial com o Brasil para contornar a queda de demanda das maiores economias mundiais. Países da Ásia Central, África, Leste Europeu e os vizinhos latino-americanos são os novos alvos para incrementar o comércio bilateral.
"Se podemos ter um comércio de US$ 30 bilhões com a Argentina, por que temos só US$ 3 bilhões com a Colômbia, que também é grande?", indagou Ivan Ramalho, secretário-executivo do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que participou da conferência "Crise Mundial: as oportunidades para o Brasil" promovida pela Companhia Brasileira de Multimídia (CBM) na Escola Superior de Guerra, no Rio de Janeiro.
Para o embaixador para a Ásia, João Gualberto Marques Porto, o fortalecimento das relações comerciais com potências tradicionais como China e Índia é essencial, mas frisou que a entrada em países raramente mencionados como Casaquistão, Quirgstão, Tadjiquistão, Turcomenistão e Uzbequistão começa a desempenhar um papel estratégico para o País.
A rota da diversificação já foi adotada pela Embraer para minimizar os efeitos da crise. De acordo com Mauro Kern, vice-presidente para o mercado de aviação da empresa, a exploração do potencial da América Latina faz parte dos planos da companhia para superar a retração que chegou a 31% na área de aviação executiva. Segundo Kern, o crescimento dos negócios no México, Colômbia, e El Salvador foi maior que no resto do mundo.
Na área de transporte marítimo, a crise internacional pode representar um novo impulso. Na avaliação do presidente da Multiterminais, Richard Klien, a movimentação de cargas será beneficiada com a turbulência internacional. A redução de 60% nos preços do afretamento de navios no mundo e os cerca de 10% de ociosidade da frota nacional, viabilizam a expansão da demanda doméstica de carga marítima, principalmente no eixo Norte-Sul.
Veículo: Gazeta Mercantil