O reajuste do salário mínimo e a inflação em queda sustentaram a expansão do comércio varejista pelo segundo mês consecutivo. Em fevereiro, as vendas aumentaram 1,5% em volume e 1,7% em receita nominal em comparação com o mês de janeiro, com ajuste sazonal, apontou o levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Conforme cálculo da LCA Consultores, no acumulado de dezembro a fevereiro, o índice dessazonalizado acumulou alta de 3,3%, mais que compensando a queda de 2,4% apurada no período entre setembro e dezembro.
No primeiro bimestre, o comércio brasileiro registrou crescimento de 4,9% em volume e 11% em receita nominal e, no acumulado de 12 meses, altas de 8% e 14,2%. O resultado de fevereiro superou o desempenho de outros mercados, como o americano, onde as vendas caíram 8,6% em fevereiro na comparação anual (no Brasil houve incremento de 1,5%) e o dos 16 países da zona do euro, que registraram queda de 4%, comparou a consultoria Gouvêa de Souza & MD.
No mês, sete das dez atividades pesquisadas apresentaram crescimento em volume de vendas com ajuste sazonal. As vendas de hipermercados e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, grupo que representa quase a metade do comércio varejista, aumentaram 2,9% em relação a janeiro. Tal desempenho explicado pela inflação baixa e pelo incremento da renda com o reajuste do salário mínimo e a melhora no saldo líquido de contratações de trabalhadores com carteira, de acordo com o IBGE.
O comércio varejista ampliado cresceu 2,5% no mês, alta sustentada pela expansão de 3,8% nas vendas de materiais de construção - o primeiro resultado positivo na margem registrada desde junho de 2008. Conforme o IBGE, a manutenção do IPI reduzido para veículos possibilitou um aumento de 4,6% nas vendas de veículos e motos, partes e peças.
Também registraram resultados positivos os setores de combustíveis e lubrificantes (2,7%), artigos farmacêuticos e de perfumaria (1,9%), equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (4%).
O segmento de móveis e eletrodomésticos apresentou retração de 1,2% em fevereiro, depois de alta de 6,1% em janeiro. Apesar disso, o grupo não recuperou as perdas dos meses anteriores, observou a LCA. Também não recuperou o nível pré-crise o setor de tecidos, vestuário e calçados, que recuou 1,1% no mês.
Veículo: Valor Econômico