Consumidor planeja gastar mais na Black Friday

Leia em 3min 40s

São Paulo - Quase 70% dos consumidores pretendem ir às compras na Black Friday deste ano, marcada para a última sexta-feira do mês. Além da intenção de compra ser elevada para uma economia que está saindo da recessão, a pretensão de gasto com a aquisição de produtos em promoção, especialmente eletrônicos, também chama a atenção. Neste ano, a intenção de desembolso é, em média, de R$ 713, aponta uma pesquisa nacional da consultoria GFK, em parceria com a Vivo ADS.

 

"Esses resultados dão uma pista de que a Black Friday vai ser muito boa", afirma Gisela Pougy, diretora de Negócio da consultoria. Em relação ao gasto médio do ano anterior, o aumento é de quase 10%. A comparação considera o valor médio das compras online apurado em 2016 pelo Ebit, empresa que acompanha o comércio eletrônico, já que é primeira pesquisa desse tipo da GFK.

 

Magazines especializados em eletroeletrônicos, como Lojas Cem e Ricardo Eletro, esperam crescimento de vendas na faixa de 20% em relação à data de 2016. Na rede de hipermercados Extra, do grupo GPA, a expectativa é de aumento de dois dígitos nas vendas de eletrônicos, aparelhos de vídeo e telefonia, segundo o diretor comercial, Renato Giarola.

 

O otimismo do varejo e da indústria para a Black Friday numa economia com cerca de 12 milhões de desempregados se baseia nos trabalhadores que continuam trabalhando formalmente, que somam 48,1 milhões. "Com a crise, quem continuou empregado nos três últimos anos tinha a cabeça de desempregado", observa Giovanni Marins Cardoso, sócio-fundador da Mondial, fabricante de eletroportáteis. Agora, diz, com o recuo das demissões e algumas empresas voltando a contratar, os brasileiros que estão empregados ficaram mais seguros para gastar. "A retomada está baseada diretamente nisso."

 

A categoria de eletrônicos é a campeã das intenções de consumo na Black Friday, com 68% das declarações, aponta a pesquisa. Segundo Gisela, a alta intenção de consumo é racional e orientada para preço. Mais da metade (58%) dos entrevistados disse que pretende comprar o que precisa pagando menos e 21% informaram que querem antecipar a compra de Natal.

 

Natal. O foco nos descontos está provocando a antecipação das vendas de Natal. Nos produtos mais caros, como eletrônicos, eletrodomésticos, celulares e itens de informática, as vendas da Black Friday já ultrapassaram as do Natal, indicam dados do comércio online e lojas físicas monitorados pela GFK, que representam 80% do varejo.

 

Gisela diz que, em 2016, pela primeira vez a venda da Black Friday passou a do Natal para esses produtos. Considerando o faturamento desses itens no trimestre novembro e dezembro de 2016 e janeiro de 2017, de R$ 28,7 bilhões, a data respondeu por 38%, o Natal por 29% e os saldões de janeiro por 33%.

 

"Antes a grande venda do varejo ocorria entre 20 e 24 de dezembro. Hoje a explosão é nos três dias da Black Friday", afirma Ricardo Nunes, presidente da rede Ricardo Eletro.

 

José Domingos Alves, supervisor-geral da Lojas Cem, conta que, quando não havia Black Friday, as vendas de dezembro eram 70% maiores que as de mês normal - essa taxa caiu pela metade. Luiz Henrique Vendramini, diretor comercial da Casas Bahia, diz que há empate no volume de vendas de novembro e dezembro na sua empresa.

 

Essa mudança vem preocupando os lojistas, que tentaram mudar a Black Friday para setembro, mas não deu certo. A estratégia tem sido usada por várias redes varejistas que, desde o início do mês, têm antecipado para alguns produtos as vendas da data promocional.

 

"Antecipar a compra de Natal na Black Friday é bom para o consumidor, mas não é para os varejistas", diz o presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), Eduardo Terra. Segundo ele, para varejista, é melhor vender no Natal com o preço cheio, margem melhor e sem ter de arcar com aumento de despesas por causa da concentração de vendas no período da Black Friday. Para enfrentar a concorrência, as lojas têm de achatar as margens - e a maior contribuição, diz, vem do varejo, não da indústria. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 

Fonte: Estadão Conteúdo

 

 


Veja também

Farmácias puxam vendas e varejo cresce 0,5%

São Paulo - Um incremento no volume de vendas na casa dos 4,3% colocou as farmácias, novamente, como prota...

Veja mais
Multicanalidade na Black Friday será arma para garantir vendas

São Paulo - Dada a importância das vendas durante a Black Friday para o varejo, os lojistas têm se mu...

Veja mais
Alimentação foi grupo que mais contribuiu para desaceleração do IPC-S, diz FGV

São Paulo - A taxa de variação do grupo Alimentação, que saiu de 0,28% para -0,12%, f...

Veja mais
Varejo voltou a crescer em setembro, dizem analistas

As vendas do varejo voltaram a crescer em setembro, confirmando a trajetória de retomada lenta do setor, ap&oacut...

Veja mais
Intenção de compra na Black Friday permanece estável ante 2016, mas gasto médio cai

São Paulo - A intenção de compra dos consumidores brasileiros na Black Friday permanece está...

Veja mais
Confiança do consumidor sobe 1,2%

A confiança do varejista da cidade de São Paulo subiu 1,2% em outubro, o terceiro avanço consecutiv...

Veja mais
Vendas do varejo crescem 0,6% no 3º trimestre ante 2º trimestre, mostra IBGE

Rio - As vendas do comércio varejista subiram 0,6% no terceiro trimestre ante o segundo trimestre do ano, informo...

Veja mais
Meirelles volta a dizer que crê na aprovação da reforma da Previdência neste ano

São Paulo - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, repetiu nesta terça-feira, 14, que acredita na apro...

Veja mais
Clima econômico no Brasil melhora apesar da situação política 'ruim'

São Paulo - Com um avanço de 32,7 pontos, o Indicador de Clima Econômico (ICE) brasileiro chegou aos...

Veja mais