São Paulo - Um incremento no volume de vendas na casa dos 4,3% colocou as farmácias, novamente, como protagonistas das vendas no varejo brasileiro em setembro. O resultado, que se dá na comparação com agosto, serviu para reverter as perdas do mês anterior, quando o comércio encolheu 0,4%.
"A alta para o mês de setembro era esperada dado o desempenho enfraquecido de agosto. O que surpreende foi o salto no segmento de farmácias e perfumarias, que deu um salto importante no volume de vendas", comentou doutora em varejo pela Universidade de São Paulo (USP) e professora da Universidade Paulista (Unip), Mara Cristina Valadares.
Na visão da especialista o segmento de drogarias vinha se mostrando mais resiliente a crise, apesar da queda também nos itens de perfumarias, considerado supérfluo em um momento de contenção de custos das famílias.
"Com o avanço em setembro, podemos concluir que houve um crescimento generalizado na categoria, incluindo os não medicamentos, que vinham mais fragilizado", conta.
O resultado pode ser confirmado pela última pesquisa daAssociação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), que contabilizou os negócios das 26 redes associadas à entidade. Segundo o balanço, entre janeiro e setembro, a venda dos não medicamentos (que engloba itens de higiene, cosméticos, perfumaria e conveniência) movimentou R$ 10,42 bilhões - o que representa um acréscimo de 7,21% sobre um ano antes.
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Com o resultado de setembro, que foram melhores que a expectativa de analistas de mercado, o segmento varejista tende a entrar em uma onda de vendas melhores, principalmente por conta do Natal e das condições macroeconômicas.
"A inflação baixa e principalmente a ligeira recuperação do mercado de trabalho leva ao aumento de demanda", explicou a coordenadora da pesquisa no IBGE, Isabella Nunes.
A previsão de um Natal mais forte se dá quando analisamos o resultado na comparação internual. Quando comparado com setembro do ano passado as vendas subiram 6,4%.
"As condições econômicas - juros, preços, renda e expectativas - conspiram favoravelmente para que a economia brasileira registre taxa do produto interno positivo em 2017 e o comércio varejista apresente inflexão, após dois anos de fortes quedas consecutivas", afirma o economista da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Antonio Everton Junior. De acordo com ele, a entidade já trabalha com perspectivas melhores para as vendas no último mês do ano, com expectativa de crescimento na casa dos 4,8% sobre o Natal de 2016, levemente maior que a previsão anterior (4,3%).
"O resultado de setembro justifica-se, entre outros fatores, pelo processo de desinflação dos produtos alimentícios e pela maior confiança dos consumidores em realizar gastos", completa o economista.
Quando analisamos outros segmentos, aparece como destaque também as vendas nos supermercados (1%) e de Outros Artigos de Uso Pessoal (2,9%). Ainda com variações positivas, figuram Tecidos, vestuário e calçados (0,2%) e Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (0,9%). Por outro lado, sinalizando queda nas vendas na comparação com agosto de 2017, encontram-se Combustíveis e lubrificantes (-0,7%) e Livros, jornais, revistas e papelaria (-3,4%), ambos registrando o terceiro recuo seguido.
Fonte: DCI São Paulo