A mediana da inflação esperada pelos consumidores nos próximos 12 meses ficou em 5,8% em dezembro, um ligeiro recuo de 0,1 ponto porcentual em relação ao resultado de 5,9% registrado em novembro, informou nesta quinta-feira, 21, a Fundação Getúlio Vargas (FGV), que divulgou o Indicador de Expectativa de Inflação dos Consumidores.
O indicador alcançou o nível mais baixo desde fevereiro de 2008. A atual tendência de queda teve início em fevereiro do ano passado. Desde então, o indicador acumulou um recuo de 5,6 pontos porcentuais, ressaltou a FGV.
Apenas em 2017, a expectativa de inflação futura caiu aproximadamente 3 pontos porcentuais, acompanhando o arrefecimento da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
"Para o primeiro trimestre de 2018, espera-se continuidade da tendência de queda das expectativas de inflação, refletindo, dentre outras coisas, a divulgação do número fechado do IPCA de 2017 abaixo do piso da meta de inflação para o ano, de 3%", previu o economista Pedro Costa Ferreira, do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
Em dezembro, 44,9% dos consumidores projetaram inflação dentro do intervalo de tolerância da meta, de 3% a 6% no ano, estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional. Valores abaixo do limite inferior de 3% foram citados por 20,4% dos respondentes, um crescimento de 4,4 pontos porcentuais em relação ao mês anterior.
Entre as faixas de renda, o destaque foi o recuo de 0,6 ponto porcentual na inflação prevista por consumidores com renda familiar mais baixa, até R$ 2.100,00 mensais. Nas demais faixas de renda, a expectativa de inflação permaneceu relativamente estável.
O Indicador de Expectativa de Inflação dos Consumidores é obtido com base em informações da Sondagem do Consumidor, que ouve mensalmente mais de 2,1 mil brasileiros em sete das principais capitais do País. Aproximadamente 75% dos entrevistados respondem aos quesitos relacionados às expectativas de inflação.
Fonte: Estadão Conteúdo