Influenciado pelas comemorações da Páscoa, o volume de vendas do comércio varejista de Minas Gerais em março registrou aumento de 0,6% na comparação com fevereiro, após o recuo de 1,5% na passagem de janeiro para fevereiro deste ano. A data comemorativa também gerou impacto positivo nas vendas em relação a março de 2017, com um crescimento de 4,3%. Minas apresentou ainda um avanço de 5,3% no acumulado de 12 meses, sendo o 11º resultado positivo consecutivo nessa base comparativa após 23 meses de recuos. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados na sexta-feira (11).
O economista da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG) Guilherme Almeida destacou que a Páscoa contribuiu principalmente para o setor alimentício, como os hipermercados e supermercados, que apresentaram uma variação de 14,2% na comparação com o mesmo mês do ano anterior no Estado.
Na avaliação de Almeida, a inflação abaixo do piso da meta, com pressão menor sobre o nível de preços neste ano, aliviou o orçamento familiar, além de uma menor taxa média de juros aplicada à pessoa física e a uma melhora do cenário da ocupação no mercado formal no primeiro trimestre deste ano também foram fatores relevantes para o resultado.
“Além dos indicadores econômicos, que refletiram em um impacto positivo, a Páscoa foi o principal fator que contribuiu para essa evolução do volume de vendas. Isso aconteceu na comparação com fevereiro e também em relação ao ano passado, já que a data comemorativa foi celebrada no mês de abril em 2017”, explicou.
Rio de Janeiro - O desempenho do comércio em março mostrou, mais uma vez, o quadro de lenta recuperação da economia. As vendas cresceram apenas 0,3% em relação a fevereiro, número dentro das expectativas dos analistas. No acumulado do trimestre, houve um avanço de 3,8% em relação ao mesmo período de 2017.
Nacional - Na média nacional, em março, o crescimento foi de 0,3% na comparação com fevereiro deste ano, e, em relação ao mesmo mês do ano passado, foi registrado avanço de 6,5% no País. Já no acumulado em 12 meses, com aumento de 3,7% em março de 2018, foi o sexto mês de crescimento consecutivo após 29 meses de resultados negativos.
“A leitura nacional é bem parecida com a de Minas, com aumento em todas as bases de comparação. O comportamento é decorrente do impacto positivo dos supermercados, da Páscoa e da conjuntura mais favorável”, afirmou Guilherme Almeida.
Entre as 27 unidades da federação, 18 apontaram resultados positivos na base comparativa com o mês imediatamente anterior. Os avanços mais expressivos foram no Espírito Santo (5,1%), Distrito Federal (4,4%), Acre (4,1%) e Paraíba (3,8%). Em relação a março de 2017, o aumento no volume de vendas alcançou 26 das 27 unidades da federação, com exceção de Pernambuco, que apresentou recuo de 0,4%. Os destaques de taxas positivas foram Acre (18%), Amazonas (15,6%) e Espírito Santo (15,1%).
As perspectivas, segundo o economista da Fecomércio-MG, são de aumento para os próximos meses, apesar do cenário ainda apresentar algumas incertezas, por fatores políticos. No entanto, Almeida destacou que esse contexto não compromete a recuperação do setor, mas pode influenciar na velocidade com que ela vai acontecer.
“Essas incertezas estão relacionadas tanto com as decisões de compra de bens duráveis que necessitam de financiamento, quanto com as definições de investimento por parte do empresário, e isso talvez possa gerar algum atraso na recuperação do setor”, ponderou.
Fonte: Diário do Comércio de Minas