De acordo com indicadores que medem o bom humor do consumidor, como o Índice de Confiança do Consumidor (ICC), apurado pela FGV, e o Índice Nacional de Confiança (INC) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) o otimismo do brasileiro começa a se aproximar de patamares anteriores a crise econômica, e foi puxado também pelo avanço da confiança nas faixas de renda menores e interior do País.
Segundo o indicador medido pela FGV, a confiança saltou 7,1 pontos em novembro ante outubro, passando de 86,1 em outubro para 93,2 pontos em novembro. Os números da FGV vão de 0 a 200, sendo 100 a diferença entre o pessimismo e o otimismo. "Além de se mostrar 'esperançoso' sobre o futuro, os consumidores estão menos insatisfeitos com o presente. O resultado parece ter sido influenciado pela redução das incertezas políticas e o efeito 'lua-de-mel' com o novo governo", diz a coordenadora da Sondagem do Consumidor, Viviane Seda Bittencourt.
No décimo primeiro mês do ano, o Índice de Situação Atual (ISA) subiu 2,7 pontos, para 74,6 pontos, no maior nível desde maio (77,2 pontos). Já o Índice de Expectativas (IE) cresceu 9,8 pontos, para 126,4 pontos, o maior nível desde fevereiro de 2013 (106,7 pontos).
O grau de satisfação com a economia no momento subiu 3,3 pontos, para 81,1 pontos, enquanto o indicador das perspectivas para a situação econômica nos seis meses seguintes avançou 20 pontos, para 126,1 pontos, na maior contribuição para a alta do ICC.
Emergente confiante
Calculado pela ACSP, o indicador de confiança do brasileiro atingiu 90 pontos em novembro, um aumento de oito pontos em relação a outubro (82) e de 18 frente a novembro do ano passado (72). “O crescimento já era esperado, pois tradicionalmente a confiança se eleva no período pós-eleitoral. O que chama atenção é que ela já está bem próxima da neutralidade (100 pontos), quase no campo otimista, especialmente nas cidades do interior e na classe C”, observa o presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), Alencar Burti.
Segundo o relatório, a classe C registrou confiança acima da média nacional, com 94 pontos, puxada pelas melhoras nos juros e no crédito. Já a classe DE anotou 87, enquanto na AB o índice foi de 81.
Nas áreas geográficas, o grupo de municípios do interior apresentou o maior patamar de toda a pesquisa, com confiança de 96 pontos, beneficiado pelo agronegócio. Nas capitais o índice ficou em 89 e, nas regiões metropolitanas, em 68. No Sul, foi registrada a maior diferença: de 74 para 91. No grupo Norte/Centro-Oeste, houve um pulo de 79 para 92 pontos. No Sudeste, de 82 para 91. Por fim, o Nordeste foi a única região que não apresentou variação, e o indicador permaneceu em 89 pontos.
Fonte: DCI