As vendas do varejo em abril cresceram 6,9% na comparação com igual mês de 2008, de acordo com a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada ontem. Na mesma base de comparação, a receita nominal do varejo aumentou em 13%. A elevação na base anual, contudo, deveu-se principalmente ao efeito calendário: a Páscoa, importante motor de vendas, este ano foi comemorada em abril e, no ano passado, em março.
Em relação ao mês imediatamente anterior, as vendas em abril recuaram 0,2%. Já a receita nominal foi ampliada, também em 0,2%. Para o técnico da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, Nilo Lopes, estes resultados podem ser lidos como "estabilidade".
Nos quatro primeiros meses do ano, os indicadores registraram elevação de 4,5% e 10,6%, respectivamente, na comparação com igual período do ano passado. Nos últimos 12 meses, volume e receita acumularam crescimento de 7,1% e 13,4%, respectivamente, em relação aos 12 meses imediatamente anteriores.
Segundo Lopes, os dados dos últimos 12 meses mostram que as atividades que apresentaram desaceleração mais significativa estavam vinculadas ao crédito, como móveis e eletrodomésticos. "O comércio está positivo, mas não está crescendo, e provavelmente não vai crescer, como ocorria até setembro do ano passado", disse.
O comércio varejista ampliado registrou na passagem de março para abril queda de 4% no volume de vendas e de 4,5% na receita nominal, impactado pelo encolhimento das vendas de veículos e de material de construção. Em relação ao volume de vendas, o comércio ampliado também apresentou queda de 0,8%, em abril de 2009 ante igual mês de 2008.
SEGMENTOS. Na comparação entre abril e março de 2009, apenas duas das oito atividades do varejo apresentaram taxas de variação positivas para o volume de vendas - hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,8%) e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (8,9%).
A atividade de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com crescimento de 14,1% em relação a abril de 2008, foi a segunda maior taxa de desempenho setorial do varejo. O resultado foi influenciado pelo chamado fator-calendário.
O segmento de outros artigos de uso pessoal e doméstico, com expansão de 13,8% no volume de vendas em relação a igual mês do ano passado, representou o segundo maior impacto positivo na formação da taxa do varejo. O diferencial entre a taxa desse mês e a de março (4,7%) também resulta do efeito-Páscoa, uma vez que as lojas de departamentos têm forte participação nas vendas de produtos relacionados à data. O segmento de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos apresentou variação de 11,3% no volume de vendas em relação a abril de 2008 e exerceu a terceira maior contribuição à taxa geral do varejo.
A atividade de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação exerceu o quarto maior impacto positivo na formação da taxa do varejo em abril, com seus 27% de crescimento em relação a igual mês de 2008. A última contribuição positiva ao desempenho do varejo veio de combustíveis e lubrificantes, com crescimento no volume de vendas de 3,7%.
O segmento de móveis e eletrodomésticos, com queda de 10% no volume de vendas em relação a abril de 2008, foi a que mais contribuiu negativamente na formação da taxa de desempenho do varejo, em abril deste ano. O segundo maior impacto negativo sobre o resultado do varejo coube a tecidos, vestuário e calçados, que recuou 9,8% no volume de vendas em abril de 2008.
O volume de vendas de livros, jornais, revistas e papelaria caiu 1,4% sobre abril de 2008. Completam o quadro de taxas negativas os segmentos de veículos e motos, partes e peças, com variação de -11,3% e material de construção, que recuou 15,8%.
Veículo: Jornal do Commercio - RJ