Para o presidente da Fiesp, a redução da taxa para 8,75% é positiva, mas o ideal é 7%
Embora menos ásperos, em relação às decisões anteriores do Banco Central (BC), lideranças empresariais continuam defendendo cortes mais elevados dos juros. Na avaliação do presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, a redução de
0,5 ponto é positiva, mas o ideal é atingir 7% ao ano.
"Embora tenhamos alcançado a menor Selic já registrada, ela ainda é de 8,75% ao ano", ponderou Skaf. "Ou seja, 4,5% acima da inflação, quando o mundo, sob o efeito de uma crise sem precedentes nos últimos 70 anos, pratica taxas reais negativas ou próximas de zero."
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, também acha que o corte poderia ter sido maior. "A redução no ritmo de abrandamento da política monetária é prematura e equivocada", disse. Para ele, "a crise não foi superada e as condições da economia exigem corte mais expressivo".
Para o presidente da Federação do Comércio do Estado de São Paulo, Abram Szajman, a redução de 0,50 ponto porcentual está no caminho certo, mas ressaltou que o ciclo de queda está chegando ao limite. Ele defendeu que o governo deve agora criar oportunidades para a queda dos juros ao consumidor.
"A batalha agora está no campo das administradoras de cartão, dos bancos para reduzir o spread e das financeiras e não mais no Banco Central." Ele frisou que ainda há muito espaço para reduzir o spread bancário e os juros ao consumidor, que em maio estava em 47,3% ao ano, em média."Há espaço para uma redução de pelo menos 25% no spread atual, bastante factível de se conseguir, se houver empenho conjunto de bancos e governo", disse Szajman.
O presidente da Associação Comercial de São Paulo, Alencar Burti, disse que o corte "deverá ajudar a acelerar um pouco mais a recuperação da economia e das vendas em vários setores, além de manter a reação que os consumidores já vêm demonstrando."
Mas ele ressaltou ser importante que se amplie a competição entre os bancos para que haja também redução dos spreads e de sequência na redução dos juros.
REAÇÕES
Paulo Skaf
Presidente da Fiesp
"A redução de 0,5 ponto porcentual é positiva, mas o ideal é atingir rapidamente o patamar de 7% ao ano"
Artur Henrique
Presidente da CUT
"A irrisória queda na Selic anunciada hoje (ontem) atende aos interesses do capital especulativo"
Alencar Burti
Presidente da ACSP
"O corte deverá ajudar a acelerar um pouco mais a recuperação da economia e das vendas em vários setores"
Abram Szajman
Presidente da Fecomércio
"A batalha agora está no campo dos bancos para reduzir o spread e das financeiras e não mais no Banco Central"
Veículo: O Estado de S.Paulo