A inadimplência do consumidor cresceu 10,4% entre janeiro e junho, na comparação com o mesmo período de 2008, de acordo com o Indicador Serasa Experian de Inadimplência de Pessoa Física, divulgado ontem. O volume de dívidas não pagas, contudo, mostrou sinais de estabilização no fim do primeiro semestre.
Os dados do Serasa mostram que a inadimplência perdeu força do primeiro para o segundo trimestre. Entre janeiro e março, houve elevação de 11,4% na comparação com o mesmo período em 2008, ainda refletindo os efeitos da crise. No segundo trimestre, contudo, houve um crescimento menor, de 9,4%. O volume de dívidas não pagas no intervalo de abril a junho ficou estável na comparação com o último trimestre de 2008, quando também houve crescimento de 9,4% ante o mesmo período do ano anterior.
O assessor econômico da Serasa Experian Carlos Henrique de Almeida lembra que o nível das dívidas não pagas aumentava antes da crise financeira internacional e se intensificou depois dela. "A forte expansão do crédito aumentou o endividamento dos consumidores. Quando a crise começou, a inadimplência já era alta", disse. Por outro lado, a crise provocou retração no crédito interno e isso contribuiu para um crescimento menor da inadimplência.
Na análise da inadimplência por segmento, bancos e cartões de crédito continuam a liderar o ranking de contas a receber. No primeiro semestre de 2009, as dívidas com bancos representaram 43,9% do Indicador Serasa Experian, ante 43,2% no mesmo período em 2008. Em seguida, vêm cartões de crédito e financeiras, que representaram 36,8% da inadimplência das pessoas físicas, ante 32% na mesma comparação. Os cheques sem fundos aparecem na terceira colocação do ranking, com 17,5% de participação no período de janeiro a junho de 2009.
Veículo: O Estado de S.Paulo