Consumidor brasileiro está mais otimista

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Confiança voltou porque o pior da crise financeira já passou, segundo especialistas

 

O consumidor brasileiro se mostra mais otimista em relação à situação econômica de sua família e do País. É o que aponta o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Em julho, o índice registrou alta de 2,8% em relação ao mês anterior. “Com o nível de confiança atual, podemos dizer que o ICC está entrando no que já consideramos uma zona de otimismo. Em relação ao mesmo mês de 2008, o crescimento foi de 6,4%”, avalia o coordenador do Núcleo de Pesquisas e Análises Econômicas da FGV, Aloísio Campelo.

 

Ele lembra que o recorde, na série histórica do ICC, iniciada em 2005, foi de 119,1 pontos, em março do ano passado. Agora, após cinco altas consecutivas, o índice com ajuste sazonal situou-se em 111,4 pontos, voltando a um patamar próximo do que estava em setembro de 2008 (111,7 pontos), mês que marcou o agravamento da crise internacional.

 

Campelo destaca que, quando observado o desempenho do ICC por faixas de renda familiar, os indivíduos pertencentes ao topo da pirâmide (com ganhos acima de R$ 9,6 mil mensais) desde o início do ano estão entre os mais otimistas. O ICC desta classe acumula alta de 19%. Em contrapartida, os mais pobres (até R$ 2,1 mil por mês) foram mais céticos, com expansão de janeiro a julho de 10,7%.
“Uma explicação para isto estaria no fato de os mais ricos terem sido os mais afetados no auge da crise, no que diz respeito à renda e ao desemprego, que atingiu naquele período com mais força os mais qualificados”, explica Aloísio Campelo.

 

Entre os fatores que explicariam o maior otimismo dos consumidores está a avaliação de que a busca por emprego está menos árdua. “Quando perguntado se será mais fácil encontrar trabalho nos próximos meses, o porcentual dos que disseram que seria mais fácil aumentou de 22,5% em junho para 23,4% em julho. Por outro lado, houve redução nos que disseram que seria mais difícil, respectivamente, de 25,2% e 23,2%”, avalia Campelo.

 

O ICC é resultante de dois outros indicadores: o Indicador de Situação Atual (ISA), em que o consumidor avalia a situação econômica do momento, e o índice de Expectativas (IE), em que o pesquisado avalia o panorama para os próximos seis meses. De acordo com dados da sondagem, o IE apresentou alta de 2,9% em julho frente ao mês anterior. Em relação a julho do ano passado, o avanço foi ainda maior, de 6,1%.

 

Houve expansão também no ISA, que encerrou julho com elevação de 2,8% em relação a junho e de 6,9% ante igual período de 2008. O resultado da pesquisa mostrou, ainda, que os consumidores estão mais dispostos a comprar bens duráveis nos próximos meses. Na comparação com o mês de junho, a taxa subiu 3,8%. O resultado fica positivo, também, quando confrontado com julho do ano passado, com crescimento de 2,8% na expectativa.
“Esta é uma sinalização muito positiva porque demonstra que o consumidor está com menos medo de gastar. Em junho, na comparação com junho de 2008, esta expectativa estava negativa em 4,8%”, ressalta Campelo.

 

Veículo: Jornal da Tarde - SP


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