As consultas ao Serviço Central de Proteção do Crédito (SCPC) nas vendas a prazo e à vista para dezembro deste ano, que representam grande parte do movimento do Natal, devem crescer 6%, segundo estimativas do Instituto de Economia Gastão Vidigal (IEGV), da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). O índice, de acordo com o presidente da Associação e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), Alencar Burti, aponta para um bom desempenho do comércio na principal data do varejo apesar da crise internacional de crédito que ainda afeta uma boa parte da indústria, principalmente aquelas voltadas para as vendas externas.
Burti apresentou as perspectivas para as vendas do final do ano na sexta-feira em um encontro de 66 representantes do Rotary Club de São Paulo, na sede da entidade, no bairro de Higienópolis. Segundo o presidente da ACSP, os economistas consultados pela Associação também demonstram otimismo em relação ao comportamento do comércio no final deste ano. "Todos, alguns mais otimistas outros mais conservadores, concordam, no entanto, que o Natal deste ano será tranquilo e bom para o comércio", observou. O presidente lembrou que a estimativa de 6% para dezembro segue a tendência das consultas ao SCPC tanto para crediário como para cheque, que tem curva de crescimento constante desde abril.
O presidente da ACSP observou ainda que apesar de discordar totalmente das posturas ideológicas do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, ele é uma pessoa elogiável pela capacidade de articulação política que ajudou o Brasil a deixar a crise de lado muito mais rapidamente que outros países. "Manter Henrique Meirelles no comando do Banco Central foi fundamental para que o País atravessasse a crise sem maiores atropelos. Apesar disso, não passamos apenas por uma marolinha como sempre disse o presidente. A crise foi grave", observou.
O presidente da ACSP criticou ainda a oposição política brasileira, afirmando que ela praticamente não existe. Afirmou também para a plateia rotariana que os cidadãos brasileiros devem assumir suas posições na construção da sociedade brasileira. "O que vale na vida é a liberdade de se apresentar como cidadão e o valor do empreendedorismo. Precisamos manter a luta pela liberdade de participação e pela liberdade de empreender. O Rotary deve se transformar para se engajar nessa luta", afirmou o presidente da ACSP.
O presidente do Rotary Club de São Paulo, Francisco Carneiro de Souza, disse que a instituição está aberta a aceitar novos desafios. "Tenho certeza de que a maioria dos rotarianos presentes nesse encontro concorda com suas posições", observou. Souza acrescentou: "O Rotary é apartidário, mas não é omisso a novas idéias e participações na sociedade."
Veículo: Diário do Comércio - SP