Grupos nacionais, capitaneados pela Apex, transformam os eventos da Fórmula Indy em oportunidades para mostrar a marca e ganhar clientes
Degustação de vinho brasileiro em uma corrida de Fórmula Indy em Miami, nos Estados Unidos. A estratégia pouco convencional foi utilizada por quatro vinícolas brasileiras como parte de um projeto da Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos (Apex) para promover marcas nacionais no mercado americano. Este ano, 12 setores, entre eles o de vinhos, representado pelo Instituto Brasileiro de Vinho (Ibravin), participaram dos eventos da Indy nos Estados Unidos, rendendo US$ 370 milhões em novos negócios para os empresários.
"As corridas são uma espécie de vitrine para o Brasil", diz o presidente da Apex, Alessandro Teixeira. Segundo ele, o esporte é acompanhado por um público de até 40 milhões de pessoas nos EUA. Além disso, as 17 provas da temporada anual - 14 no país, duas no Canadá e uma no Japão - também reúnem empresários e investidores, proporcionando uma boa oportunidade de apresentação de produtos e serviços brasileiros a um público qualificado. "Em um ambiente descontraído, surgem excelentes negócios", diz. Em 2010, a entidade vai investir US$ 10 milhões nos eventos da Indy, ampliando o número de entidades setoriais envolvidas.
Neste ano, as ações organizadas pelas companhias incluíram degustação de produtos, recepção de potenciais compradores nos concorridos "paddocks" (espaços onde ficam técnicos das equipes, pilotos e convidados VIP) e exposição de vídeos institucionais e do governo brasileiro. Pilotos brasileiros da Indy, como Tony Kanaan, Hélio Castroneves e Mario Moraes, também deram seu apoio ao projeto.
O assistente de promoção comercial do Ibravin, Júlio Cesar Gobatto, conta que os eventos funcionaram, principalmente, como uma forma de divulgação de imagem. "É um ambiente descontraído que permite conversar com o comprador, sem a rigidez de uma reunião de negócios", diz. Quatro companhias - as vinícolas Miolo, Perini, Mena Kaho e Courmayeur - participaram em duas provas este ano.
Os dois setores que mais fecharam negócios nas corridas deste ano foram o de software e o aeroespacial. A Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro (Softex) recebeu 18 clientes em três corridas e fechou encomendas de US$ 200 milhões para as empresas brasileiras de outsourcing. "Construir redes de relacionamento em eventos esportivos é o jeito americano de fazer negócios", diz o diretor da Softex Robert Janssen.
A Indy também está sendo utilizada para promover o etanol brasileiro. Neste ano, os carros das equipes passaram a se abastecer do etanol produzido no País, graças a um acordo firmado pela Indy Racing League, organizadora do evento, com a União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica) e a Apex. A parceria foi estendida para 2010.
Veículo: O Estado de S.Paulo