Mercado quer acabar com as diferenças de tamanho dentro da mesma numeração das peças
Quem nunca ficou na dúvida quando foi questionado sobre o tamanho de roupa que usa? Afinal, é muito comum no Brasil o manequim 44, por exemplo, ter tamanhos diferentes, dependendo do modelo - até agora, não existia no Brasil uma padrão bem definido para o vestuário.
Para mudar isso, a Associação Brasileira do Vestuário (Abravest), em parceria com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), propôs uma norma de padronização que promete atender a reais necessidades do mercado de vestuário no país. Ou seja, o tamanho das roupas levará em conta o estilo de corpo do brasileiro e o tamanho P, M e G seguirão um padrão único.
Isso irá permitir, segundo Roberto Chadad, presidente da Abravest, uma economia e racionalização na produção. “será possível reduzir custos de 5% a 8%, uma vez que as empresas irão perder menos tecidos e o encaixe dos modelos será mais facilmente formado no computador. O valor final do produto tenderá a cair e quem ganhará é o consumidor.”
Após ter feito uma consulta pública com empresários, lojistas e consumidores, o vestuário infantil foi alvo de alteração da norma.Uma das principais mudanças é que o tamanho da roupa para crianças não levará mais em consideração a idade, e sim a estatura. Isso porque, de acordo com Chadad, hoje em dia, “as crianças crescem de maneira disforme”.
Além disso, para cada estatura, a empresa poderá levar em conta na fabricação 24 medidas do corpo. A medida facilitará as compras pela internet, pois o tamanho da roupa será especificado com mais detalhes.
A apresentação oficial das normas do vestuário infantil será feita no próximo dia 9 de dezembro e a intenção é que, até o final de novembro, aconteça a primeira reunião para decidir as novas regras do vestuário masculino e feminino. “Em janeiro, o fabricante já poderá fazer o produto dentro das normas e receberá uma etiqueta de qualidade da Abravest”, diz Chadad.
A estudante de direito Priscila Pimentel, além de consumidora, já trabalhou em loja e acha que a padronização irá gerar conflito. “As pessoas já se acostumaram com o estilo de roupa de determinadas lojas. Eu, por exemplo, tenho uma estrutura pequena e não sei se o tamanho P dessa nova regra me vestirá bem”, diz.
Para Maria Inês Dolci, coordenadora da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Pro Teste), no entanto, a padronização é necessária e dá ao lojista uma maneira mais clara e segura de vender o produto, além de diminuir as trocas, o que beneficia tanto o fabricante como o consumidor.
O QUE MUDA
O tamanho das roupas infantis não levarão mais em consideração a idade, mas a estatura da criança.
Os tamanhos P, M e G seguirão um padrão único, o que poderá diminuir as trocas.
Poderão ser usadas na complementação da modelagem 24 medidas, o que facilita compras online.
Veículo: Jornal da Tarde - SP