Laticínios estagnados em Minas

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Retomada do faturamento e produção do setor é esperada somente para o próximo ano - Os preços atuais do leite desestimulam os pecuaristas mineiros
 


A cadeia leiteira de Minas Gerais deve fechar o ano com desempenho estável ao obtido em 2008. O resultado deve ficar inferior ao projetado no início do ano em cerca de 5%. A crise econômica financeira é o principal fator atribuído à retração do segmento. A retomada do faturamento é esperada para o próximo ano e será impulsionada pela recuperação do mercado e dos valores de exportações. Minas Gerais deve produzir cerca de 7,5 bilhões de litros de leite em 2009, o valor é o mesmo registrado no ano anterior.

 

De acordo com o diretor-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Estado de Minas Gerais (Silemg), Celso Costa Moreira, o segmento vem mantendo a estabilidade do faturamento desde os períodos mais críticos da crise econômica financeira. Esse resultado será mantido no fechamento do ano. Em novembro a produção apresentou alta de 5%, frente igual período do ano anterior, o incremento se deve às chuvas regulares.

 

Mesmo apresentando retração de 50% nos volumes exportados, o mercado nacional conseguiu absorver a produção. Um dos fatores que contribuiu foi a redução na produção de leite do Estado, devido ao desestímulo dos produtores em relação aos preços pagos no mercado. Com a queda da oferta ocorreu a valorização do leite longa vida.

 

Durante o primeiro semestre, o produto chegou a ser comercializado pelas indústrias por R$ 2. Hoje, devido ao maior abastecimento do setor, os preços apresentaram queda de 50%, voltando aos mesmos patamares do período antes da crise. Cerca de 20% da produção mineira são destinadas à produção do leite longa vida.

 

O preço pago aos pecuaristas do leite também apresentou queda. Entre abril e julho o preço do produto girava em torno de R$ 0,94 por litro, hoje varia entre R$ 0,40 e R$ 0,50.

 

A retração das exportações, acumulada em 50%, entre janeiro e novembro, frente igual período do ano anterior se deve, principalmente, à redução dos valores pagos pelo mercado internacional.

 

"Os produtores mineiros ficaram desestimulados com os baixos preços pagos pelo leite em pó e reduziram significativamente os embarques. As exportações vêm apresentando redução nos valores desde 2007, quando a tonelada era comercializada por US$ 5,5 mil. Em alguns meses deste ano, a tonelada chegou a ser embarcada por US$ 1,8 mil, uma queda de 67,2%", disse Moreira.

 

As expectativas para 2010 são positivas. A recuperação do mercado internacional é um dos principais fatores que irão contribuir para a retomada do segmento. A previsão é que o faturamento cresça 5%, no próximo ano, frente os resultados de 2009. A valorização do leite em pó brasileiro no mercado internacional é um dos principais fatores que estão deixando os produtores otiministas.

 

"O mercado externo já mostra sinais de recuperação. Os preços pagos pela tonelada de leite estão subindo e devem fechar o ano variando entre US$ 3 mil e US$ 4 mil", disse Moreira.

 

Os principais mercados que os produtores mineiros estão buscando são os países do Oriente Médio e a Venezuela. De acordo com o presidente do Silemg, vários contratos serão fechados com esses países.

 

Veículo: Diário do Comércio - MG


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