As lojas especializadas em artigos de papelaria terão aumento de 20% na quantidade de produtos importados em suas prateleiras no período de volta às aulas, no início do próximo ano.
Segundo Gustavo Dedivitis, presidente da Associação Brasileira de Importadores de Produtos Populares (Abipp), lojistas e distribuidores desses produtos aproveitaram o dólar baixo, próximo a R$ 1,75 nos meses de setembro e outubro - principal época para fazer os pedidos de itens de material escolar junto à indústria - para abastecer seu estoque com produtos importados, em sua maior parte de origem chinesa. "Vamos trazer uma grande variedade de material escolar importado com preço convidativo e de muita qualidade para a volta às aulas 2010."
Para Guilherme Baldacci, diretor de Treinamento e Desenvolvimento (T&D) da Gouvêa de Souza, consultoria especializada em varejo, as vendas de itens importados do setor de papelaria podem sofrer um aumento significativo no próximo ano, por causa do "fator câmbio baixo no meio deste ano", porém, materiais que seguem tendências da moda não devem ser afetados, porque não é possível para o varejista comprar esses produtos fora do País. "Este segmento trabalha bastante com artigos licenciados, como estampas de cadernos com motivos que fazem a cabeça da garotada. Esses produtos serão majoritariamente nacionais."
De acordo com o professor Nuno Fouto, do Programa de Administração do Varejo (Provar), antes de fazer importações é preciso que o varejista conheça o ciclo de vendas da indústria dentro e fora do País e também o modo como funciona a procura do varejo pelos itens de volta às aulas. "Se o dólar está em baixa é bom comprar para garantir preço, mas é preciso ficar atento ao ciclo de vendas para aproveitar o melhor momento de compras", diz.
Para Hoslei Pimenta, diretor comercial da Kalunga, rede que vende tanto no atacado como no varejo e conta com mais de 60 lojas em diversos estados brasileiros, a cotação da moeda norte-americana no meio do ano favoreceu a empresa na hora de negociar com os fornecedores, e mesmo quanto às importações, mas isso não significará um aumento expressivo da quantidade de itens fabricados fora do Brasil. "Na temporada de 2010 vamos ter mais ou menos a mesma quantidade de importados que neste ano", diz.
O executivo afirma que a rede já está com os estoques preparados para atender à forte demanda por artigos de papelaria no início do ano e espera ver o volume de vendas aumentar 30% entre janeiro e março, em comparação com o mesmo período anterior. No setor de papelarias, as vendas feitas neste período correspondem a 65% das vendas de todo o ano. "Até a última semana de dezembro estaremos preparando as lojas e distribuindo os produtos."
Na Cordes, importadora de bolsas, mochilas e acessórios, a grande expectativa para o período de volta às aulas do início do próximo ano são as vendas de itens licenciados da Pucca, segundo Clóves Vieira, diretor comercial da empresa. "Em 2010 a expectativa é vender 20% mais que neste ano", conta.
Vendas
O primeiro trimestre do ano, em vista do grande volume de vendas motivado pela volta às aulas, é sempre a principal época para o setor de papelarias e corresponde a 65% do lucro do setor durante o ano, segundo especialistas. Para aproveitar o aumento da procura por artigos e aumentar em até 15% as vendas, lojas especializadas no setor, como a Kalunga, apostam na retomada do crédito para dividir os pagamentos em até 10 vezes sem juros, conta Hoslei Pimenta, gerente da rede.
De acordo com os fornecedores nacionais, a grande aposta no período de volta às aulas são os produtos licenciados, que são comercializados com temas de filmes, desenhos animados ou clubes de futebol.
Exemplo disso é a Bic, uma das principais empresas da categoria de papelaria e que acredita na renovação das licenças de produtos Disney - sucesso de vendas no início deste ano - e no lançamento de novos itens para crescer acima de "dois dígitos" o faturamento da volta às aulas de 2010. "Este é um período muito importante para a nossa empresa, porque representa 65% das nossas vendas no ano", conta Anderson Gallo, gerente de Papelaria da empresa.
O setor de papelarias terá aumento de 20% na seção de itens importados no período de volta às aulas de 2010. De acordo com o presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Produtos Populares (Abipp), Gustavo Dedivitis, comerciantes e distribuidores de artigos de papelaria aproveitaram o dólar em baixa, nos meses de setembro e outubro, quando a cotação da moeda norte-americana estava em R$ 1,75 (média), para reforçar os estoques com produtos comprados em países como a China.
Veículo: DCI