O Walmart vai lançar uma campanha este ano para cortar bilhões de dólares em custos de sua cadeia de abastecimento por meio da integração das compras para suas lojas em diferentes países, processo que levará o grau de globalização de seus negócios a um novo estágio.
O esforço faz parte dos planos da maior rede varejista do mundo para aumentar a proporção que bens comprados diretamente dos fabricantes em vez de representantes de compras ou fornecedores terceirizados.
Eduardo Castro-Wright, chefe das lojas do Walmart nos Estados Unidos, afirmou que a varejista vê as oportunidades de integração do fornecimento global como "uma fonte importante de alavancagem para a companhia nos anos por vir".
Com vendas anuais em torno de US$ 400 bilhões, o Walmart é famoso pela dureza nas negociações com seus fornecedores, aproveitando-se de sua escala para ganhar descontos. A rede varejista gasta cerca de US$ 100 bilhões com a compra de produtos para seus selos próprios, como a Faded Glory e a George, de roupas, e a Great Value, de alimentos e produtos domésticos. Menos de 20% desses produtos são comprados pelo Walmart diretamente dos fabricantes e, em geral, as compras são feitas em cada país em separado.
Castro-Wright estima que passar para a compra direta do produtor poderia reduzir os custos entre 5% e 15% na cadeia de abastecimento nos próximos cinco anos - indicando possível economia de US$ 4 bilhões a US$ 12 bilhões, se a varejista cumprir sua meta de longo prazo de passar a ter 80% da compras feitas diretamente dos fabricantes.
Como parte dos esforços para integrar as compras dos 15 países em que opera, o Walmart criou quatro centros mundiais de comercialização para bens gerais e roupas, incluindo um no México, dedicado aos países emergentes, e um no Reino Unido, centrado na marca própria George. O Walmart também passará a priorizar as compras diretas no segmento de frutas e vegetais frescos, integradas em termos globais, em vez de trabalhar com empresas distribuidoras.
Até o fim do ano, a rede pretende comprar diretamente lençóis e toalhas para suas lojas no Estados Unidos, Canadá e México, assim como as roupas da Faded Glory e da linha de vestuário licenciada da Disney. A ideia é também ampliar as compras diretas de frutas e vegetais frescos, integradas nos Estados Unidos, Canadá, e México, após a empresa ter feito um programa inicial de testes com maçãs. O piloto levou a uma redução de 10% nos custos de compras do produto, segundo a rede.
A varejista também espera estender o programa para outro segmentos, como peixes e frutos do mar, alimentos congelados e gêneros alimentícios secos.
A compra direta de produtos frescos, por meio de escritórios de compra em países produtores como África do Sul, Nova Zelândia, Brasil e Chile, será desenvolvida a partir de práticas estabelecidas pela subsidiária do Walmart no Reino Unido, a Asda. Os métodos da unidade, por sua vez, refletem o fato de o processo de compras diretas ser mais comum na Europa.
Veículo: Valor Econômico