Samsung Electronics e Sony lançaram novos modelos de TVs com capacidade para exibir imagens em três dimensões na Feira de Produtos Eletrônicos de Consumo, em Las Vegas, na semana passada. Seria possível supor, então, que as duas companhias têm produtos e estratégias similares? Na verdade, não. Por trás dos aparelhos, há diferenças cada vez maiores na mentalidade das duas rivais.
Em termos simples, a diferença baseia-se em como produzir. A Sony acredita, cada vez mais, que contratar terceiros para fabricar seus televisores a ajudará a reconquistar a força financeira, enquanto a Samsung continua a produzir seus próprios aparelhos de TV. "Abrir mão da produção equivale a abandonar sua marca", diz Yoon Boo Keun, presidente da unidade de televisões da Samsung.
Em outros tempos, Akio Morita, cofundador da Sony, também considerava a produção sagrada. Então, por que mudar? A gigantesca empresa japonesa de produtos eletrônicos está a caminho de registrar prejuízo por dois anos consecutivos pela primeira vez desde sua abertura de capital, em 1958, com perdas totais de US$ 1,9 bilhão ao longo dos dois anos.
Os sucessores de Morita acreditam ter vantagem nos segmentos de jogos eletrônicos, cinema e música. "Gostaríamos de concentrar nossos recursos em aplicações únicas da Sony", diz Sue Tanaka, porta-voz da empresa. Neste ano, a Sony espera elevar as vendas de suas TVs Bravia ampliando serviços de conteúdo para quem as comprar, como a possibilidade de assistir a filmes da Sony antes de seu lançamento em DVD ou Blu-ray, por meio de "streaming", que permite ver transmissões em fluxo, mas sem a possibilidade de gravar.
Agora, a Sony pretende terceirizar a produção de 40% de todas suas TVs. Em 1º de janeiro, vendeu sua maior fábrica americana de televisores, em Tijuana, no México, para a Hon Hai Precision Industry, de Taiwan. O Citigroup destaca que o maior crescimento no setor de TV