Apesar da crise financeira internacional ter prejudicado diversos segmentos da economia de Minas durante o ano passado, a planta mineira da Bombril S/A, localizada em Sete Lagoas, na região Central do Estado, passou ao largo do desaquecimento. A unidade deve apresentar alta de 70% no faturamento de 2009 na comparação com o resultado registrado em 2008. A previsão de incremento está baseada na implantação de linhas de produção para novas categorias de produtos, mediante investimentos de R$ 1 milhão. Em idêntica base de confronto, a produtividade cresceu 60%.
Conforme explicou o diretor operacional do grupo, Adriano Barssetto, até 2008, a unidade produzia apenas duas categorias de produtos - a lã de aço e o sapólio radium. Mas, no exercício passado, ela passou a fabricar três novas linhas: a de detergentes lava-louças em pasta, a de óleo desodorizador e a de polidor de metais, o que incrementou a produção e o faturamento. Em termos reais, o mix de produtos passou de 18 itens em 2008 para 30 em 2009, aumento de 66,6%.
O nível de emprego na unidade também cresceu de forma significativa. Depois de fechar 2008 com um efetivo de 180 funcionários, a fábrica de Sete Lagoas terminou o exercício passado com um quadro de pessoal formado por 280 trabalhadores, distribuídos em cargos administrativos (10%) e colaboradores das áreas operacionais diretamente ligados às linhas de produção (90%). Isso significa um avanço de 44,4%.
Apesar de todos os indicadores da planta mineira da Bombril apontarem para um resultado vigoroso em 2009, o que fica ainda mais evidenciado se o cenário de crise econômica for considerado, o diretor revelou que o faturamento da unidade não chega a representar 10% do giro bruto do grupo. Entretanto, a expectativa de crescimento para este ano é ainda maior.
"Estamos trabalhando para conseguir junto ao governo estadual a isenção fiscal completa, o que ainda não acontece para as novas linhas implantadas ao longo do ano passado. Se isso for concretizado, os investimentos de R$ 1,5 milhão já programados para 2010, para a compra de maquinário, podem saltar para a casa dos R$ 10 milhões e serem aplicados na expansão da unidade, o que pode alavancar o resultado do exercício", explicou.
Preferência - O diretor enfatizou que, apesar de governos de outros estados já terem oferecido benefícios fiscais para atrair novas plantas do grupo, a preferência dos administradores da empresa é continuar em Minas. "Minas é um mercado muito importante para a Bombril, principalmente a região do Triângulo Mineiro. A ampliação da fábrica, entretanto, depende das negociações com o governo estadual, no que diz respeito às isenções fiscais para as linhas implantadas ao longo do ano passado", observou.
De acordo com o diretor, praticamente toda a produção de lã de aço (bombril) é vendida dentro do Estado. Em relação aos outros produtos, que são distribuídos em todo o território nacional, Minas consome cerca de 20%. Atualmente, a fábrica produz 2 mil toneladas mensais entre todas as linhas de produtos desenvolvidos na unidade, o que equivale a uma utilização de 74% da capacidade instalada máxima, que é de 2,7 mil toneladas mensais.
A planta mineira de Sete Lagoas ocupa um terreno de 100 mil metros quadrados, com área construída de 15 mil metros quadrados. A Bombril é líder do mercado nacional de lã de aço e de saponáceos (sapólio radium), que só é produzido pela unidade de Minas. O grupo também conta com fábricas em Abreu e Lima (PE) e em São Bernardo do Campo (SP).
Veículo: Diário do Comércio - MG