Expectativa de aumento dos investimentos na área de café

Leia em 3min

Indústria de base: Previsão de boa demanda por novos equipamentos

 


As empresas que vendem equipamentos para a indústria de café apostam no reaquecimento do mercado brasileiro em 2010. A crise financeira global brecou aportes significativos em tecnologia no ano passado no país, mas o consumo doméstico crescente e recentes aquisições de companhias menores por grandes grupos, que exigirão esforços para a padronização de processos, sustentam as projeções de retomada dos negócios.

 

"Grandes grupos como Sara Lee e Melitta estão levando para as empresas que compraram a mesma tecnologia que já possuem em suas unidades. Essas indústrias trabalham com grandes volumes e escalas e precisam evitar qualquer tipo de perda de produtividade que um equipamento mais antigo possa ter", afirma Guilherme Camargo, diretor-geral da Leogap, que pertence à multinacional Probat.

 

A Leogap divide a liderança das vendas de equipamentos para a indústria de café no Brasil com a Companhia Lilla de Máquinas. Camargo não revela o faturamento da companhia em 2009, mas diz que houve queda de 15% em relação ao ano anterior e prevê crescimento de 25% em 2010. A Leogap espera vender pelo menos seis torradores de médio e grande porte no Brasil este ano. São equipamentos que custam de R$ 400 mil a R$ 2,5 milhões cada, de acordo com tamanho e capacidade de moagem.

 

Fundada em Curitiba há 47 anos, a Leogap foi adquirida pela Probat em 2001. Com o crescimento do mercado de café gourmet no Brasil e a tendência de consolidação entre as torrefadoras, Camargo, que assumiu o cargo em 2008, diz que o principal objetivo atual é aumentar a integração com a matriz e trazer inovações que atendam à demanda de indústrias de todos os portes.

 

"Em 2009 trouxemos para o Brasil uma linha de torradores para volumes menores para atender às necessidades de indústrias menores e empresas que querem se especializar ou passar a atuar no segmento gourmet, que opera com menores quantidades", afirma o executivo.

 

Foi exatamente o tamanho dos equipamentos vendidos no Brasil que deixou as indústrias nacionais com grande ociosidade no início da década. Levantamentos realizados na época apontavam para uma ociosidade ao redor de 60%. A ociosidade tornou-se expressiva em grande parte porque empresas que trabalhavam com pequenos volumes de café operavam com equipamentos muito grandes, por falta de opção.

 

Diante da situação, os investimentos em novos equipamentos foram atrasados ao máximo - afinal, as companhias tinham espaço para elevar a produção sem mexer no maquinário. Estimativas do segmento indicam que entre 60% e 70% do parque industrial das empresas de café do Brasil têm mais de 15 anos, uma idade considerada avançada diante das tecnologias já disponíveis para o ramo.

 

"Boa parte dos equipamentos instalados nas empresas não é de última geração, mas cumpre os requisitos mínimos exigidos para a produção de café. Os investimentos em tecnologia deveriam ser maiores, mas muitos grupos não estão suficientemente capitalizados para realizar esses desembolsos", afirma Nathan Herszkowicz, diretor executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Café (Abic).

 

Segundo Herszkowicz, investir em novas tecnologias significa melhorar a qualidade do café produzido e ampliar a produtividade para as empresas. "O valor [dos investimentos em novos equipamentos] pode não ser tão elevado, mas não é nada desprezível para as empresas familiares que representam a maior parte na indústria do café", observa.
 

 

Veículo: Valor Econômico


Veja também

Levantamento revela potencial para maior consumo de orgânicos

Sustentabilidade: Segundo Market Analysis, em grandes cidades 17,3% dizem adquirir esse gênero de produto  &...

Veja mais
Compra da Cadbury pela Kraft põe fim a laços com "quakers"

Um dos últimos laços diretos ainda existentes entre grandes companhias do Reino Unido e suas raízes...

Veja mais
Lista das maiores varejistas tem três brasileiras

Ranking das 250 com maior receita inclui Pão de Açúcar, Casas Bahia e Lojas Americanas   H&a...

Veja mais
Coop prevê crescer este ano 17% e movimentar R$ 1,6 bi

Nem mesmo o ano turbulento de 2009, com a crise financeira global e um cenário econômico não muito o...

Veja mais
Cristália inaugura 4ª unidade fabril no estado

Com aportes de R$ 160 milhões e a proposta de reunir em seu complexo o que existe de mais avançado no segm...

Veja mais
Cristália inaugura nova planta já com planos de quadruplicar a produção

O laboratório brasileiro Cristália inaugurou uma nova planta em Itapira (SP), na última sexta-feira...

Veja mais
Impala cria coleção para crescer

A Impala resolveu abocanhar a demanda de vendas de itens de beleza e de olho no verão lança as cores neons...

Veja mais
Clube de compras do Walmart vai demitir 11,2 mil nos EUA

A rede americana Walmart, maior supermercadista do mundo, anunciou que vai demitir 11,2 mil funcionários do clube...

Veja mais
Brasil tem três redes no ranking mundial

Há três empresas brasileiras no ranking das 250 maiores varejistas do mundo. A edição de jane...

Veja mais