Logística crescerá 30% e estuda alta do frete

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Operadores logísticos veem 2010 com grande otimismo, puxado por bons resultados obtidos no segundo semestre de 2009, e preveem incremento de até 30% nos negócios. A previsão é positiva e chega a puxar a perspectiva de aumento de frete em até 18%, segundo orientação da Associação Nacional de Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística). De acordo com presidente da NTC, Flávio Benatti, as empresas devem ser remuneradas pelos serviços adicionais, como o tempo de espera dos caminhões nos clientes e nos postos fiscais.

 

O setor também contabiliza qual será o real reajuste do percentual, que dificilmente conseguirá ser repassado para os clientes, mas Peter Wanke, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e especialista na área, acredita que nem a questão de reajustes assusta. "O setor ainda está no inicio do seu ciclo de vida e consegue bons resultados. O dinamismo e os investimentos em tecnologia fazem com que o seu crescimento seja acelerado."

 

Apesar da crise econômica que gerou queda da demanda mundial de cargas em 2009, empresas nacionais de logística celebraram grandes resultados, como a empresa Brasilmaxi Logística, que obteve aumento de 9% no faturamento em relação a 2008, e fechou o ano com cerca de R$ 60 milhões - e pretende dobrar o faturamento em 2010. O gerente de Marketing e Vendas da Brasilmaxi, Paulo Tigevisk, comentou que essa expectativa tem conta básica. "Fizemos o cálculo baseados no crescimento do transporte, que é 3 ou 4 vezes maior que o Produto Interno Bruto (PIB)." A empresa espera crescer 200% nos próximos 5 anos. "Sabemos do potencial de crescimento do setor e estamos investindo alto para nos fortalecermos."

 

Peter Wanke também acredita em anos dourados para o setor de logística. "O setor terá ainda mais 4 ou 5 anos de crescimento acelerado, em que as pequenas empresas tendem a fazer fusões ou fechar as portas, pois os investimentos das empresas maiores trazem inovações ao mercado." Segundo o especialista, existem mais de 40 mil pequenas empresas logísticas, e nos próximos 5 anos anos este numero cairá à metade, dada a concorrência e a falta de investimentos.

 

Já para o gerente de Marketing da Brasilmaxi, em 2009 as operadoras de logística sofreram pouco com a crise, mas isso não significa que não houve danos. "O problema não foi a falta de demanda, foram os clientes destas operadoras que não suportaram a crise e fecharam. A Brasilmaxi não perdeu clientes em potencial, mas reforçou o departamento comercial para evitar surpresas" comentou Tigevisk, ao DCI.

 

Outra operadora também otimista é a Exata Logística, pertencente ao Grupo Arex. A empresa, que faturou R$ 80 milhões ano passado e se manteve em linha com as expectativas para o ano, acredita que houve recuperação na economia, mas a crise afetou o modo como as empresas vinham se comportando. "A crise econômica afetou mais alguns setores do que outros, mas de modo geral todos acabaram sofrendo com isso", afirmou Maurício Pastorello, diretor-geral.

 

Nos últimos 6 anos, a empresa constatou um crescimento médio de 30% ao ano e esta é a meta que continua para 2010. "Estamos crescendo aceleradamente e prevemos um aumento de 25% a 30% em 2010, levando em consideração o bom resultado obtido no ano passado. Pretendemos faturar cerca de R$ 100 milhões este ano, oferecendo novos serviços e boas soluções para as empresas."

 

Neste cenário positivo, a empresa Golden Cargo destaca que as estratégias do ano passado, quando faturou R$ 85 milhões, lhe renderam boas expectativas para este ano. "Uma das nossas principais estratégias para garantir o sucesso em 2009 foi alterar a malha de distribuição e ampliar a capacidade de armazenagem de nossos centros de distribuição [CDs], proporcionando melhor nível de serviço", informou a empresa. Segundo a Golden, deu-se também a renovação do parque tecnológico, com investimentos de R$ 3 milhões em sistemas e de aproximadamente R$ 500 mil em infraestrutura. Com a mudança de plataforma e de sistema, a empresa estima uma redução de 40% nos gastos com link de internet até 2010, além de poder operar o seu próprio data center.

 

Neste ano a empresa, que já possui 15 anos de mercado e foca seus serviços no segmento agroquímico, pretende alcançar o faturamento de R$ 125 milhões, além de investimentos já realizados em tecnologia de rastreamento. "O objetivo dos aportes é suportar o crescimento."

 

Balanço

 

A McLane do Brasil também encerrou 2009 com balanço positivo e superou as próprias expectativas de crescimento. A companhia tinha como meta crescer 80% até 2010, mas, antes da conclusão do ano, seu faturamento já havia dobrado. A companhia atribui este crescimento aos investimentos em expansão e reestruturação. Diante deste resultado a companhia resolveu impor novas metas, e este ano pretende dobrar o seu faturamento, conquistar novas contas, e inaugurar a expansão do entreposto de Resende (RJ) e o CD de Jundiaí (SP).

 

"Estamos muito satisfeitos com os frutos colhidos pela McLane, que continuou caminhando na contramão do mercado durante os desafios vividos pela economia", afirma o diretor de Projetos, Ozoni Argenton Jr. "Não temos dúvida de que nossas expectativas serão superadas em 2010."

 

A empresa investiu cerca de R$ 65 milhões na construção e ampliação de centros de distribuição (CDs): R$ 45 milhões na ampliação da unidade de Resende (RJ), entreposto exclusivo da Zona Franca de Manaus. "O CD tinha 20 mil metros quadrados, e, com a expansão, ganhará mais 25 mil metros quadrados. A expectativa com este investimento é compor um aumento de 25% no faturamento da empresa."

 

Com a meta de fazer Jundiaí se tornar polo logístico da Grande São Paulo, a McLane aplicou R$ 17 milhões em nova unidade na cidade, com 80 mil metros quadrados. O CD possui dois grandes espaços, um dos quais tem 45 mil metros quadrados; o segundo, em construção, ocupará 35 mil metros quadrados.

 


Veículo: DCI


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