Com recorde de pedidos, Papirus investe em ampliação

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O ano de 2010 tem sido bastante promissor para a fabricante brasileira de papel cartão Papirus. A empresa já o iniciou com a carteira de pedidos cheia e comprometida por praticamente todo o primeiro trimestre, um recorde histórico para a Papirus. Nada mal para quem também sofreu com a crise do ano passado. "É claro que a crise nos pegou, assim como a todos, mas como estratégia migramos para o mercado de papel micro-ondulado, apenas para manter a produção durante o período, já estamos saindo novamente desse segmento", conta em entrevista exclusiva ao DCI, o presidente da companhia Papirus, Cláudio Salce.

 

Para atender a essa alta demanda - que deve crescer nos próximos anos - a empresa decidiu investir em máquinas e equipamentos que possibilitarão a ampliação da produção, já que tem utilizado aproximadamente 93% de sua capacidade produtiva nos últimos meses.

 

De acordo com Salce, o aporte será de R$ 25 milhões que permitirão uma capacidade produtiva 12% maior. Mas o projeto todo só deve ser concluído em dois anos. A maior parte das máquinas, 75%, está sendo comprada da subsidiária brasileira da Voith Paper, o restante deve ser importado da Alemanha.

 

A Papirus quer aproveitar o bom andamento do mercado para ampliar o seu faturamento para R$ 210 milhões, recuperando parte da queda registrada no ano passado. Em 2008, a companhia faturou R$ 182 milhões, esse montante acabou reduzido para R$ 168 milhões no ano passado por conta da crise econômica.

 

Para alcançar o faturamento pretendido, a empresa espera ampliar o seu market share, saindo dos atuais 11,52% para 14%, recuperando parte de um mercado que já foi perdido para concorrentes como a Klabin que investiu recentemente na modernização de seu maquinário. "Este é um mercado muito exigente e dinâmico e por isso mesmo quem não se moderniza perde espaço. É exatamente com esse foco que a Papirus investe agora em equipamentos de alta qualidade e sabe que pode conquistar uma participação maior com isso", disse Salce.

 

Segundo o executivo, o mercado de papel cartão tem atualmente uma capacidade instalada maior que o consumo. "Mas com o crescimento previsto de 6%, esperamos que essa diferença cia bastante", afirmou o principal executivo da Papirus, lembrando que a capacidade instalada brasileira nesse mercado é de cerca de 750 mil toneladas contra um consumo de 505 mil toneladas anuais.

 

Salce também aposta na recuperação do preço do papel cartão, que neste ano deve ter seu valor acrescido em cerca de 12%, bastante positivo frente aos 8% perdidos no ano passado. Para se ter uma ideia, a tonelada do papel cartão é vendida em média no mercado interno por cerca de R$ 2,6 mil.

 

Sustentabilidade

 

Pioneira na utilização de papel reciclado para a fabricação do papel cartão - técnica que utiliza desde sua fundação em 1952 - a empresa firma parcerias que mantenham essa prática cada vez mais forte. Um exemplo disso é o projeto chamado de Ciclo Reverso que a companhia mantém com o parceiro Pão de Açúcar. Todas as sobras de aparas de papel da rede de supermercados são retiradas pela cooperativa de reciclagem de lixo Vira Lata. O que a Papirus faz é comprar esse material da cooperativa, tratar, produzir papel cartão e vendê-lo de volta ao Pão de Açúcar para que seja utilizado nas embalagens da marca própria do supermercado, a Taeq, formando assim um ciclo econômico viável e sustentável.

 

"Esse é um compromisso também social assumido pela Papirus. Nós reciclamos atualmente 60 mil toneladas de aparas de papel, contribuindo assim consideravelmente com o meio ambiente", ressalta o CEO.

 

Além do Pão de Açúcar, a empresa conta com vários outros grandes grupos empresariais que são seus clientes indiretos (já que compram a embalagem já pronta das gráficas que são as principais clientes da Papirus), mas que se tornaram parceiros em vários projetos, como a Unilever, Nestlé, O Boticário, Yoki e outros.

 

Veículo: DCI


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