Brinquedos em evolução

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As preferências pouco mudaram. Na hora da escolha, bonecas continuam sendo as preferidas das meninas. Os garotos sonham com bolas, carrinhos e super-heróis. A principal diferença entre os brinquedos da época dos pais e os atuais sonhos de consumo dos filhos são os recursos oferecidos. A evolução tecnológica não alcançou apenas o mundo dos games. A roupagem high tech vestiu as brincadeiras tradicionais e mudou as características da diversão da criançada.

 

Lançado originalmente em 1935 sob a alcunha de Monopoly, nos Estados Unidos, o Banco Imobiliário é o jogo de tabuleiro mais vendido do mundo. No Brasil, passou por adaptações com nome de ruas e avenidas brasileiras famosas. O que mudou nos últimos 75 anos? As cédulas do dinheiro cenográfico, por exemplo, foram substituídas por uma máquina de cartão de crédito. Já os pais que brincavam com aviõezinhos, feitos com chapas metálicas e pintados com esmalte, ficam impressionados quando se deparam com os filhos segurando helicópteros que voam de verdade por meio de controle remoto.

 

O caso acima é emblemático e resume bem a história dos artigos destinados à diversão, de acordo com Tatiana Camargo, coordenadora administrativa do Museu dos Brinquedos, em Belo Horizonte. Ela explica que, antigamente, os brinquedos eram como relíquias, porque nem todas as famílias tinham condições de adquiri-los. "Os brinquedos procuravam retratar fielmente a realidade e não tinham essa releitura atual para facilitar o uso das crianças."

 

A velocidade no fluxo de informações proporcionada pelo avanço tecnológico das mídias também interferiu na indústria de brinquedos. Com um personagem da moda sendo divulgado a cada semana, as fabricantes tem uma escala de produção mais intensa agora.

 

INTERATIVIDADE. Os populares ursinhos de pelúcia costumavam ser acumulados aos montes sobre a cama das meninas. Agora, o boneco macio faz muito mais. Além de falar, o animal de pelúcia faz caras e bocas. E até brinca com a criança. Um produto lançado recentemente vem na forma de um coelho que abaixa as orelhas, fecha os olhos e começa a contar, dando tempo ao pequeno dono para correr e se esconder pela casa. Por meio de um sensor em formato de cenoura que fica preso ao braço da criança, o coelho de pelúcia localiza o esconderijo.

 

"Os pais permanecem muito tempo fora de casa, atualmente. Por isso, a criança fica sozinha, exposta a um bombardeio de informações. Se o brinquedo não surpreender, não conquista o público infantil", afirma Aires Leal Fernandes, diretor de Marketing da fabricante de brinquedos Estrela.

 

INDIVIDUALISTA. A pedagoga Tatiana Feijó, 34 anos, lembra bem da época em que passava horas se divertindo com bonecas Barbie na sala de casa. Quando se cansava, pulava para a coleção de Playmobil, jogava um videogame arcaico ou saía para andar de bicicleta. Décadas depois, ela observa a filha Maria Luiza, 9 anos, entretida com uma boneca super sofisticada. O brinquedo expõe vontades, pede atenção e até arrota depois de mamar em uma mamadeira fictícia. A menina é completamente apaixonada pela boneca e vive agarrada ao "bebê" loirinho.

 

"Os brinquedos de hoje são informatizados demais. Acho que falta um contato mais humano e menos individualista. Na minha época, como as bonecas não tinham todos esses recursos, procurávamos outras crianças para incrementar a brincadeira", lembra Tatiana.

 

As mudanças são muitas. O Autorama, sucesso nas décadas de 1970 e 1980, é vendido atualmente com radar que emite alerta quando um competidor queima a largada. Computadores infantis vêm com jogos em até três línguas. Os famosos walkie-talkies alcançam longas distâncias e têm óculos de visão noturna.

 

Antes e depois

 

Bonecos
Os bichinhos de pelúcia antigos eram feitos com enchimento e costurados à mão. Sem qualquer tipo de recurso, não emitiam sons nem apresentavam movimentos. Atualmente, com diferentes formas, os bichos disponíveis no mercado são tão modernos que até brincam de esconde-esconde com as crianças, como a versão Vem Comigo do coelho Jojô.

 

Aviões e helicópteros
Esses brinquedos eram feitos com chapas metálicas e materiais pesados. Pintados cuidadosamente à mão com esmalte, os objetos serviam, muitas vezes, como decoração nos quartos das crianças. Agora, aviões e helicópteros voam de verdade e podem ser comandados por controle remoto, como o Commander.

 

Banco Imobiliário
Lançado nos Estados Unidos em 1935, o Banco Imobiliário conquistou várias gerações de crianças. No Brasil, o tabuleiro ganhou nomes de ruas e avenidas do País. A versão mais nova do jogo de tabuleiro substituiu as antigas cédulas de papel por cartões de crédito.

 


Veículo: Jornal do Commercio - RJ


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