BR Supply planeja triplicar faturamento

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Com aporte de R$ 10 milhões de fundo da CRP, companhia gaúcha negocia compra de concorrentes

 

Fundada há dois anos e dois meses pelo empresário gaúcho Cesar Folle, hoje com 36 anos de idade, a fornecedora de suprimentos para o mercado corporativo BR Supply começa a mostrar fôlego para agitar o setor nos próximos anos. Depois de vender uma participação de 28% para a gestora de fundos CRP Companhia de Participações em janeiro, a empresa vai abrir em março um centro de distribuição em Barueri (SP) e planeja fazer pelos menos duas aquisições só neste ano para triplicar de tamanho em relação a 2009.

 

Com 140 funcionários e uma carteira de 1,8 mil clientes, incluindo empresas como Gerdau, Ponto Frio, SAP, Zaffari, Marfrig e Dana, a BR Supply prevê um faturamento de R$ 70 milhões neste ano, ante R$ 25 milhões em 2009. Para 2015, a projeção varia de R$ 200 milhões, considerando apenas o crescimento orgânico, a R$ 450 milhões, acrescentando nas contas as compras projetadas para o período. Em cinco anos, a meta também é abrir as primeiras franquias na América do Sul.

 

"Neste momento estamos negociando com mais de dez empresas e a primeira aquisição deve sair em 90 dias", revela Folle.

 

De acordo com o empresário, o pontapé inicial para o projeto de crescimento foi o aporte de R$ 10 milhões de um dos fundos administrados pela CRP, que tem como cotistas os fundos de pensão Petros (da Petrobras) e Fapes (do BNDES), o BNDESPar, a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a Corporação Andina de Fomento (CAF).

 

Natural de Iraí, pequeno município a quase 500 quilômetros ao norte de Porto Alegre, Folle é jovem, mas já acumula uma boa experiência como empreendedor. Aos 22 anos, em 1996, fundou com um sócio a prestadora de serviços de limpeza, jardinagem e manutenção Top Service, também em São Leopoldo. No fim de 2007, com um faturamento anual de R$ 70 milhões, a empresa foi vendida para a GP Investimentos. No mesmo ano, com o dinheiro obtido no negócio, ele montou a BR Supply.

 

A CRP planeja permanecer de três a cinco anos no negócio para só então vender sua participação, mas a entrada da gestora na operação cria a perspectiva de abertura de capital em cerca de dez anos, explica Folle. A empresa já criou um conselho de administração com quatro integrantes e está concluindo a seleção de dois novos diretores, um operacional e um financeiro. Outra providência foi alterar o status jurídico para SA (ainda de capital fechado), além da contratação da Deloitte para auditar os balanços que passarão a ser publicados neste ano.

 

No centro de distribuição junto à matriz em São Leopoldo, cidade na região metropolitana de Porto Alegre, a BR Supply mantém um estoque de 9 mil itens de suprimentos para escritório, informática, higiene e limpeza, copa e café, além de equipamentos de proteção individual e máquinas e veículos para locação. Todos os meses ela despacha, por exemplo, 5 milhões de copos descartáveis, 30 mil pares de luvas, 75 toneladas de papel para impressão, 25 toneladas de papel higiênico e 17 mil litros de sabonete líquido.

 

O pacote oferecido pela empresa inclui lojas "in company" e um software de gestão de compras pela internet com cotas pré-definidas por departamento ou unidade de negócio de cada cliente. Agora ela também está começando a trabalhar com produtos de marca própria (o portfólio já inclui itens como papel higiênico, sabonete líquido e sacos de lixo), que representam 3% dos negócios, mas devem chegar a 15% em dois anos. Os suprimentos são distribuídos por uma frota de 60 veículos, sem contar as transportadoras contratadas.

 

"O Cesar incorporou a prestação de serviços ao processo de compra e venda", explica o diretor da CRP, Dalton Schmitt Jr. Segundo ele, o setor é pulverizado, apresenta grandes oportunidades de consolidação no Brasil e a BR Supply leva vantagem sobre os concorrentes porque oferece seis "famílias" de suprimentos a partir de um único fornecedor. O lema, segundo o próprio Folle, é proporcionar uma economia de 12% aos clientes que concentram os negócios com a empresa graças aos ganhos de escala, logística e nos custos de administração de contratos.
 

 

Veículo: Valor Econômico


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