Demanda acelera e Piccadilly amplia capacidade no Sul

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Se em 2009 os efeitos da crise econômica global prejudicaram o crescimento da Piccadilly, fabricante de calçados femininos com sede em Igrejinha (RS), 2010 está começando com os negócios a toda velocidade. Enquanto as vendas domésticas se beneficiam da tarifa antidumping imposta contra os produtos chineses desde setembro, as encomendas para o mercado externo até março já superaram o volume de todo o primeiro semestre do ano passado e a empresa começa a investir para aumentar a capacidade de produção de 40 mil para 70 mil pares por dia até dezembro.

 

"O ano iniciou muito bem", afirma o diretor-presidente Paulo Grings. De acordo com ele, os planos para 2010 fazem parte de um projeto de longo prazo que até 2015 pretende elevar o faturamento da empresa a R$ 683 milhões e a produção total a 15 milhões de pares anuais, mantendo uma fatia em torno de 25% para o mercado internacional. Neste ano, a receita esperada é de R$ 282 milhões com a produção de 8,9 milhões de pares. Em 2009, a Piccadilly produziu 7,8 milhões de pares e faturou R$ 228 milhões, uma alta de 5,5% sobre a receita de 2008.

 

Para cumprir as metas, este ano a Piccadilly vai ampliar a produção nas fábricas de Igrejinha, Rolante e Teutônia (RS) e em janeiro adquiriu um ateliê de costura também em Teutônia. A rede de 21 lojas exclusivas de parceiros comerciais na América do Sul receberá pelo menos mais cinco unidades, incluindo a primeira nos Estados Unidos (em Miami), além do México, República Dominicana, El Salvador e Guatemala, e até 2011 será concluída a expansão do centro de distribuição em Igrejinha. Nos dois anos, os investimentos devem superar os R$ 6 milhões.

 

Conforme o empresário, a demanda dos clientes externos pela última coleção outono-inverno (produzida de dezembro a fevereiro) foi uma grata surpresa, já que os preços tiveram reajustes de 10% a 15% por conta da variação cambial do ano passado. A Piccadilly exporta principalmente para América do Sul, Europa e Oriente Médio e prevê embarques totais de 2,3 milhões de pares no ano, contra 2,1 milhões em 2009. Só para o primeiro trimestre, as encomendas já chegam a 738 mil pares, ante 730 mil nos seis primeiros meses do ano passado. O maior volume sai no segundo semestre.

 

No mercado interno, além do crescimento do consumo, a tarifa antidumping de US$ 12,47 por par ajudou o setor a enfrentar a concorrência dos importados da China, disse Grings. A sobretaxa vale até 9 de março e a expectativa da indústria calçadista nacional é que o governo decida pela prorrogação da medida por cinco anos. Segundo o empresário, os preços dos calçados destinados ao mercado doméstico não sofreram reajuste e em algumas linhas houve até reduções de 8% a 9% graças a quedas de custos de matérias-primas e a melhorias de processos industriais.

 

As projeções da Piccadilly superam as previsões para a média do setor feitas pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados). Depois do tombo de 23,7% nas exportações do ano passado em relação a 2008, para 126,6 milhões de pares, a entidade estima uma alta de 3% nos embarques brasileiros em 2010 graças a uma leve alta do dólar e a alguma recuperação de mercados na América Latina e na Europa. Com isso, a produção nacional passaria de 780 milhões para 810 milhões de pares e o mercado interno teria expansão de 4%, para cerca de 680 milhões de pares.
 

 

Veículo: Valor Econômico


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