Custos operacionais com alta de 0,52% em 2009

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Preços do leite, por sua vez, recuaram 2,36% ao longo do ano passado.

 

Os custos operacionais efetivos da pecuária de leite no acumulado de 2009 aumentaram 0,52% sobre uma base já considerada alta em 2008, conforme pesquisas do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, com apoio da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

 

Os preços do leite, por sua vez, recuaram 2,36% ao longo do ano. Esses cálculos são feitos com base nas propriedades típicas das regiões pesquisadas pelo Cepea em Minas Gerais, Goiás, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. A participação de cada uma é feita com base em suas respectivas produções.

 

Nesse cenário adverso para o produtor de leite, a renda média bruta foi suficiente para cobrir o COE (despesas com insumos), mas não os Custos Operacionais Totais (COT), que consideram as depreciações. Pesquisadores do Cepea explicam que isso significa que a situação do produtor de leite é sustentável apenas no curto prazo, não provendo recursos para a reposição dos equipamentos e instalações utilizados.

 

Os estados que registraram os maiores aumentos no COE em 2009 foram São Paulo (5,03%), Minas Gerais (1,28%) e Paraná (0,84%). Já em Goiás e no Rio Grande do Sul, o COE recuou 0,19% e 2,17% respectivamente.

 

De acordo com o Cepea, analisando o preço do leite pago aos produtores por Estado, Goiás foi o que teve a maior desvalorização em 2009, de 6,86%, seguido de Minas Gerais (-4,94%) e São Paulo (-2,22%). No mesmo período, os estados do Paraná e Rio Grande do Sul tiveram valorização de 4,47% e 1,89%, respectivamente.

 

Insumos - A suplementação concentrada é tradicionalmente o principal custo da produção de leite. Levando-se em conta a amostra de propriedades pesquisadas pelo Cepea, esse item representou na média 34% do custo operacional efetivo, seguido de mão de obra - inclui funcionários fixos e consultorias técnicas - (17,2%), manutenção de pastagens, de canaviais e os custos com silagem (13,9%), energia e combustível (7,76%), sal mineral (3,68%) e medicamentos (2,8%). Pela avaliação dos técnicos do Cepea, nota-se que alimentação do rebanho, sozinha, representou 47,9% do custo operacional efetivo.

 

Em algumas regiões, os custos com silagens foram expressivos. Em Piracajuba (Goiás), o gasto médio em 2009 com a silagem foi de R$ 23.204,06, cerca de 63% do COE. Em Itaberaí (Goiás) e Barbacena (Campos das Vertentes), esse item representou 29% do COE e, em Uberlândia (Triângulo), 25%.

 

Já o nível de tecnificação na maioria dos estados é baixo, sgundo o Cepea, com exceção do Estado do Paraná, que apresentou a maior renda por unidade de área, chegando a R$ 12.550,00/ha, seguido do Rio Grande do Sul (R$ 2.773,42/ha), São Paulo (R$ 1.268,40/ha), Minas Gerais (R$ 1.018,53/ha) e Goiás (R$ 934,44/ha), com a menor renda por área.

 

O rendimento relativamente baixo por área dos últimos três estados deve-se, entre outros fatores, à baixa taxa de lotação ou seja, propriedades relativamente grandes e também à menor produção por animal.

 

Ainda nos estados de Minas Gerais, São Paulo e Goiás, o gasto com mão de obra absorveu em média 19,7%, 20,2% e 19,1% da renda bruta com leite, respectivamente, em 2009.

 

De acordo com avaliação do técnicos do Cepea, os estados do Paraná e Rio Grande do Sul tiveram os menores custos proporcionais com mão de obra, de 11,9% e 0,75%, respectivamente. Boa parte dessa "economia" é explicada pelo uso de mão de obra familiar, ou seja, gasta-se muito pouco com pessoal contratado.

 

Nas regiões de Mococa (SP), Cruz Alta (RS), Ipê (RS), Palmeira das Missões (RS), Cascavel (PR), Piracanjuba (GO) e São Luís dos Montes Belos (GO), por exemplo, verificou-se que não há contratação de funcionários fixos, apenas de consultorias técnicas.

 


Veículo: Diário do Comércio - MG


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