O setor de panificação em Minas Gerais está otimista com relação aos negócios em 2010 e prevê crescimento de 13% neste exercício na comparação com o ano passado. Segundo informações do Sindicato das Indústrias de Panificação, Confeitaria, Massas Alimentícias e Biscoitos no Estado de Minas Gerais (SIP/Amip), diversas ações estão sendo desenvolvidas para incrementar as vendas nas padarias e panificadoras do Estado. Entre elas, estão a ampliação do mix de produtos e do horário de funcionamento.
De acordo com o presidente da entidade, Luiz Carlos Caio Xavier Carneiro, o segmento de panificação em Minas Gerais está aquecido desde o ano passado, quando faturou cerca de R$ 4 bilhões, o que representou um aumento de 13% em relação a 2008.
"Mesmo diante da crise financeira internacional, que abalou diversos setores da economia brasileira, conseguimos manter o crescimento. Isso indica que o segmento não foi tão afetado e encontra-se em franca expansão", avaliou Carneiro.
Conforme ele, vários fatores contribuíram para diminuir os impactos negativos da retração econômica e permitir o crescimento no fim de 2009. Entre eles, o presidente da SIP/Amip citou o reaquecimento da economia, observado a partir do segundo semestre, e os investimentos feitos pelo setor na diversificação dos produtos comercializados nas padarias mineiras. "O consumidor hoje valoriza os estabelecimentos completos. Quanto mais se investe na variedade, maior pode ser o retorno", explicou.
Com a ampliação dos serviços, o segmento também favoreceu a geração de empregos. Além dos postos tradicionais, como os de padeiros, as padarias mineiras também estão contratando garçons e cozinheiros, por exemplo. "A atividade está se profissionalizando cada vez mais", disse.
No entanto, ainda conforme Carneiro, o principal entrave enfrentado pelo segmento está justamente na falta de qualificação da mão de obra. Por isso, a entidade vem trabalhando em conjunto com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), oferecendo cursos profissionalizantes para padeiros, confeiteiros, atendentes e salgadeiros, com o objetivo de reverter esse cenário.
Além da qualificação precária da maioria dos profissionais do setor, os custos com a mão de obra são altos, segundo o dirigente, chegando a 18% do total. "Os encargos e os gastos com transporte são consideráveis. Outro custo que impacta nos negócios é o da energia elétrica, que varia de 13% a 15%", observou.
Atualmente, Minas Gerais conta com cerca de 14 mil empresas do ramo. Em Belo Horizonte o setor é composto por aproximadamente 3 mil estabelecimentos. Do total, cerca de 95% das panificadoras são de micro e pequeno portes.
Veículo: Diário do Comércio - MG