Walmart já supera US$ 100 bilhões em vendas fora dos EUA

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Após crescer durante a crise, receita do grupo cai no mercado americano pela primeira vez na história


    
Enquanto o Walmart amargou pela primeira vez em sua história uma queda nas vendas trimestrais nos Estados Unidos, a varejista americana apresentou um forte desempenho fora do país no mesmo período. No trimestre fiscal encerrado em 31 de janeiro e que, portanto, inclui a temporada de Natal, os hipermercados do Walmart faturaram US$ 70,969 bilhões no mercado americano, 0,5% menos do que em igual período do ano fiscal anterior.

 

A divisão internacional do grupo, ao contrário, fechou o último trimestre do exercício com um expressivo crescimento de 19,5% nas vendas, que totalizaram US$ 29,572 bilhões.

 

Em todo o ano fiscal 2009/2010, a receita do Walmart fora dos Estados Unidos superou pela primeira vez a marca de US$ 100 bilhões. A divisão, que inclui os negócios no Brasil, México, Chile, Reino Unido e China, terminou o ano fiscal com vendas de US$ 100,107 bilhões, o que representou um aumento de 1,3% sobre o ano anterior.

 

Segundo o jornal "Financial Times", o enfraquecimento do dólar americano respondeu por US$ 1,9 bilhão do crescimento de US$ 4,8 bilhões nas vendas do Walmart no exterior no quarto trimestre. Mas o aumento, segundo afirmou a empresa, também reflete "os fortes desempenhos no Reino Unido e México, além das novas lojas abertas no Brasil e na China e a aquisição da D&S no Chile".

 

Os negócios internacionais apresentaram o melhor desempenho da companhia em todo o ano fiscal. Nos Estados Unidos, as venda dos hipermercados aumentaram 1,1% , enquanto o faturamento da lojas do Sam's Club (atacado) caiu 0,4%.

 

As venda totais do grupo atingiram US$ 405,046 bilhões no ano fiscal 2009/10 e US$ 112,826 bilhões apenas no último trimestre, o que representou crescimentos de 1% e 4,6%, respectivamente, sobre igual período do exercício anterior.

 

Nos Estados Unidos, o presidente-executivo do Walmart, Mike Duke, afirmou ontem que espera um cenário "mais desafiador" para as vendas nos Estados Unidos no primeiro trimestre, segundo o "Financial Times". A companhia atribuiu à deflação nos preços dos alimentos e dos eletrônicos a culpa pela queda nas vendas no mercado americano. O Walmart pode ser considerado uma "vítima" da recuperação econômica. Durante a crise, a varejista atraiu mais consumidores em busca de preços mais baixos. Agora, outras redes começam a capturar os seus clientes de volta, como a Starbucks.

 

O presidente do Walmart Brasil, Héctor Núñez, já havia anunciado no fim de 2009 um plano mais agressivo de investimentos no mercado brasileiro. A multinacional vai investir entre R$ 2 e R$ 2,2 bilhões neste ano, cifra 40% maior que a destinada no orçamento de 2009, quando o grupo investiu R$ 1,6 bilhão. A meta de Núñez é abrir entre 100 e 110 lojas neste ano.

 

Apesar da ênfase no crescimento orgânico, executivos ligados ao mercado de fusões e aquisições avaliam que o apetite por compras do Walmart é grande no Brasil. Depois que o Grupo Pão de Açúcar comprou Ponto Frio e Casas Bahia, passando a liderar com folga o varejo brasileiro, é esperado que o Walmart e o Carrefour não fiquem parados. O Carrefour já declarou que o Brasil continua sendo um mercado prioritário, afastando as suspeitas de que poderia vender seus negócios no país.
 

 

Veículo: Valor Econômico


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