Demanda por açúcar resiste, mas preço alto já é obstáculo

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Depois de atingir os níveis mais elevados em 30 anos, as cotações do açúcar vêm provocando resistência por parte dos compradores da commodity, mas ainda sem sinais de que vão arrefecer. O cancelamento de compras ontem pelo Egito e pelo Paquistão pressionaram os preços futuros, mas segundo projeções do mercado, o déficit deve persistir até o final de 2011.

 

O contrato com vencimento em maio na bolsa de Nova York encerrou o pregão ontem a 24,12 centavos de dólar por libra-peso, queda de 184 pontos. Os elevados preços da commodity motivaram a suspensão de compra pelo Egito, de 50 mil toneladas, e do Paquistão, de 200 mil toneladas. Apesar de indicar uma desaceleração no curto prazo, ainda não há sinais de que os preços da commodity vão arrefecer.

 
 
Ontem, a consultoria e trading Czarnikow divulgou suas projeções segundo as quais o déficit de açúcar deve persistir até 2011. "O déficit não vai acabar", disse Jonathan Williams, diretor da Czarnikow. A Czarnikow estimou neste mês um déficit em 2009/10 de 14,8 milhões de toneladas, aproximando-se do recorde estimado de 15,6 milhões de toneladas em 2008/09.

 


"O mercado continua com uma oferta baixa em 2010, e ainda parece extremamente apertado em 2011 e parece se mover para um excedente somente em 2012", acrescentou Williams. A Índia deve continuar sendo um importador, afirmou ele. O Brasil, que respondeu no ano passado por cerca de 50% do mercado total de açúcar do mundo, ou 75% do mercado de açúcar bruto, parece estar expandindo a produção, mas enfrenta uma competição do etanol e riscos climáticos que podem afetar a oferta, segundo ele. "A concentração da oferta significa que o mundo está cada vez mais vulnerável a um choque da oferta", disse.

 

Mesmo diante da escassez do produto, a União Europeia negou ontem o pedido feito por Portugal de suspensão temporária da tarifa sobre importação de açúcar bruto de cana (€ 98, ou US$ 133,5 por tonelada). O pedido foi feito para aliviar a escassez nas refinarias portuguesas, que estariam pagando alto pelo açúcar do Brasil. (Com Reuters e Bloomberg)
 

 

Veículo: Valor Econômico


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