Paraná ganha disputa por nova fábrica da Klabin

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Unidade terá capacidade para 1,5 milhão de toneladas por ano, mas não há cronograma de obras

 

A Klabin, maior fabricante de papéis para embalagens do país, escolheu o Paraná como destino da fábrica de celulose que construirá nos próximos anos. No Estado, a companhia já opera uma fábrica de papéis e cartões, que integra o grupo das 10 maiores do mundo nesse segmento. A linha de celulose, cujo cronograma de implantação não foi definido, terá capacidade de produção de 1,5 milhão de toneladas, e alimentará também uma nova máquina de papel cartão, que poderá produzir 500 mil toneladas anuais do produto.

 

Além desses investimentos, a Klabin confirmou a compra de cerca de 7 mil hectares brutos de terras no Mato Grosso do Sul, que estão dedicadas, neste momento, a pesquisas florestais. "Também estamos fazendo testes (com eucalipto) em Santa Catarina", ressaltou o diretor-geral da companhia, Reinoldo Poernbacher.

 

A compra de terras no Mato Grosso do Sul, onde Fibria e International Paper (IP) já têm fábricas de celulose e papel, respectivamente, levantou questionamentos sobre a possibilidade de a Klabin também se estabelecer no Estado e marcar presença no segmento de celulose de mercado - aquela que não é utilizada na operação e é vendida para terceiros. No caso da futura fábrica paranaense, o excedente de produção será comercializado, conforme indicação da própria companhia. "É muito cedo para fazer qualquer pronunciamento (sobre uma possível fábrica no Mato Grosso do Sul)", disse Poernbacher, acrescentando que os testes com material genético florestal antecedem "em décadas" o investimento em unidades de produção de celulose. A partir da expansão no Paraná, a Klabin elevará a capacidade de produção de celulose para 3,2 milhões de toneladas por ano. No segmento de cartões, a capacidade instalada subirá a 1,2 milhão de toneladas/ano.

 

Para 2010, de acordo com o diretor-geral da empresa, a previsão é a de que os investimentos na operação superem os R$ 247 milhões aportados em 2009. No ano passado, diante da crise financeira, a Klabin adotou política de preservação de caixa e restringiu investimentos. Assim, não atingiu a previsão inicial, de aportes de R$ 300 milhões. "Não podemos falar em números, mas haverá necessidade de investimento maior que em 2009", disse o executivo.

 

No ano passado, a Klabin registrou lucro líquido de R$ 333 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 349 milhões reportado em 2008. Especificamente no quarto trimestre, a companhia registrou perda líquida de R$ 185,4 milhões, ante lucro de R$ 183 milhões no trimestre imediatamente anterior, em razão de efeito não recorrente gerado pela adesão da companhia ao programa Refis, de parcelamento fiscal, no valor de R$ 299 milhões. A receita líquida da empresa, no acumulado do ano, totalizou R$ 2,96 bilhões, com queda de 4% ante o registrado em 2008, em razão da queda nas vendas no período de crise econômica. Em volume, as vendas da companhia, sem incluir madeira, foram de 1,544 bilhão de toneladas, com queda de 2% que foi puxada pela baixa de 11% nas exportações.

 

Para este ano, segundo Poernbacher, a Klabin está "confiante" na colocação de toda a capacidade de produção no mercado, além de parte do estoque formado em 2009. O executivo citou números da Associação Brasileira do Papelão Ondulado (ABPO) e da Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa), que indicam que a demanda está aquecida nos mercados de papelão ondulado e cartões no início deste ano.
 

 

Veículo: Valor Econômico


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