Presidente da empresa descarta vendas on-line e diz que lançamentos devem sustentar crescimento
No momento em que a classe C é alçada ao centro das atençõesdas empresas, a Avon planejacaptar novos clientes nas classes de maior poder aquisitivo. Ontem, em São Paulo, a fabricante de cosméticos lançou uma linha de cremes anti-idade cujos preços variam de R$ 70 a R$ 130. “Se considerarmos a tecnologia do produto, este é um valor acessível, estamos dizendo às mulheres da classe C que elas também podem”, afirma Luis Felipe Miranda, presidente da Avon no Brasil. Mesmo sem reconhecer que o preço é alto para a maior parte das clientes, a companhia anunciou uma promoção de lançamento. “Em maio, quando chegarem às lojas, os cremes vão custar R$ 15 a menos”, diz Paulo Caputo, gerente da categoria de cuidados dapele da empresa no Brasil.
Baseada no avanço crescente do consumo desse tipo de produto, principalmente entre as mulheres (elas correspondem a 97% das compras no mundo, segundo levantamento realizado pela própria Avon), Miranda afirma que outros lançamentos, em maquiagens e perfumes, devem sustentar o aumento das vendas durante 2010. O executivo, porém, não quis revelar o volume de crescimento esperado. “O Brasil é um grande mercado para a Avon e o interesse das brasileiras é decisivo para o lançamento de novos produtos.”
Vendas diretas
Atualmente a Avon tem mais de um milhão de revendedoras no mundo que fazem a venda direta dos produtos e não pretende, por enquanto, mudar sua estratégia. “A internet é usada apenas para facilitar o contato entre clienterevendedora- empresa e não na venda propriamente dos produtos”, diz Miranda. Ele descartou a possibilidade de usar a web no curto emédioprazos.
A empresa também descarta a possibilidade de criar uma linha baseada emprodutos brasileiros. “A Amazônia está sempre em nossas avaliações, até mesmo para o desenvolvimento de cosméticos. Mas, por enquanto, não há nada acertado neste sentido”,
diz Miranda.
Veículo: Brasil Econômico