Empresa aposta que negócios se manterão aquecidos ao longo do ano.
O fim da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os produtos da linha branca, em 31 de janeiro, não impactou os negócios da Suggar Eletrodomésticos, localizada no distrito de Olhos D’água, em Belo Horizonte. A empresa deve registrar no primeiro trimestre deste ano incremento de 20% nas vendas em relação ao mesmo período do ano passado. De acordo com o presidente da empresa, José Lúcio Costa, a tendência é que os negócios se mantenham aquecidos ao longo deste ano.
Conforme Costa, o incremento nas vendas é conseqüência de fatores como a melhoria do poder de compra da população e a ampliação do mix de produtos da Suggar. "Estamos satisfeitos com os resultados dos primeiros meses do ano. Eles foram muito melhores do que os registrados no mesmo período de 2009, quando estávamos em meio a uma crise de duração incerta. Mas é preciso ressaltar que a melhora do desempenho, em parte, se deve à ampliação de nossa linha, hoje formada por 80 produtos. À época eram 70", explicou o empresário.
Com um portfolio mais amplo, a Suggar tem importado cada vez mais e atualmente pelo menos 66 itens são comprados no exterior. O câmbio, de acordo com o empresário, tem favorecido as transações. "Com a desvalorização da moeda norte-americana frente ao real, a expectativa é sempre positiva", afirmou.
A crise também não afetou o desempenho geral da empresa no ano passado. A Suggar faturou R$ 500 milhões, o que significa um crescimento de 30% em relação a 2008. De acordo com Costa, a desoneração do IPI foi peça-chave para o incremento dos negócios. "As perspectivas no início de 2009 não eram nada favoráveis. Chegamos a alertar nosso quadro de funcionários para a possibilidade de demissões, o que, felizmente, não chegou a ocorrer. Com o incentivo do governo federal, conseguimos contornar a situação", disse.
Na avaliação do presidente, a redução do IPI da linha branca e sobre outros produtos deve servir como uma lição para o governo federal. "O cenário de crise mostrou que a cobrança excessiva de impostos é fator de restrição ao crescimento das empresas nacionais e, conseqüentemente, do país. urgente que o governo repense e organize essas cobranças, de forma a torná-las mais coerentes e condizentes com o crescimento que todos almejamos para o Brasil", observou.
Investimentos - Neste ano, a Suggar deve investir R$ 60 milhões. Do total, cerca de 90% serão destinados à construção de uma fábrica em Camaçari (BA). A estimativa da empresa é de que a nova unidade demande até R$ 45 milhões em aportes. Metade dos recursos provém do próprio caixa da empresa e a outra metade de linhas de financiamento disponibilizadas pelo Banco do Nordeste do Brasil (BNB).
De acordo com o empresário, as obras devem começar nos próximos 90 dias. "O início dos trabalhos está devidamente autorizado pelos órgãos ambientais da Bahia. O processo está acelerado", afirmou. A previsão é de que eles sejam concluídos até o final deste ano para começar a operar em janeiro de 2011. A unidade será voltada para a montagem e distribuição de máquinas de lavar e deve gerar 300 postos de trabalho.
Atualmente, a Suggar tem 900 funcionários. Entre os principais clientes da empresa estão grandes redes varejistas, como Casas Bahia, Ponto Frio, Magazine Luiza, Ricardo Eletro, Extra e Carrefour.
Pequena parte da produção, cerca de 5%, é destinada ao mercado externo. Além de países do Mercosul, a compahia exporta para os países da África. A expectativa é de aumentar as exportações em 2010. "Para este ano, as perspectivas são favoráveis, tanto no mercado interno quanto no externo. No Brasil, a prática de juros menores, a ampliação nos prazos de financiamento e a retomada da confiança do consumidor serão os principais fatores de impulso ao comércio", apostou.
Os três produtos que têm maior peso no faturamento da Suggar Eletrodomésticos são as máquinas de lavar, com 34% de participação nas vendas, exaustores (27%) e fornos (12%).
Veículo: Diário do Comércio - MG