Ovo com brinde e menos chocolate foi o preferido do consumidor

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Não adiantou o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) alertar para a "armadilha" dos ovos de Páscoa com brinquedos - que custam o dobro da média, mas apresentam um terço a menos de chocolate. As guloseimas com brindes puxaram as vendas das maiores redes varejistas do país, que ontem contabilizavam uma Páscoa entre 15% e 30% mais gorda em relação à de 2009.

 

O grupo Pão de Açúcar - que no varejo alimentício engloba as bandeiras Pão de Açúcar, CompreBem, Extra, Sendas e Assai - comprou cerca de 10 milhões de ovos nesta Páscoa, entre marcas próprias e da indústria. Os de marca própria tiveram demanda garantida, com destaque para as versões de chocolate dos personagens Batman (com relógio de brinde), Bob Esponja (com um tocador de música digital) e Backyardigans (com bicho de pelúcia), segundo a empresa. Já entre os ovos da indústria, a sobra somou 3% do volume, montante menor que o de 2009, não revelado. No geral, o grupo diz ter vendido 30% mais nesta Páscoa.

 

No Carrefour, o crescimento das vendas foi da ordem de 20%, acima das expectativas iniciais, que giravam entre 15% e 18%. Para impulsionar o consumo de última hora, a rede ofereceu no sábado e no domingo ovos até pela metade do preço. As vendas no Carrefour foram puxadas pelos ovos infantis, assim como no Walmart.

 

A filial brasileira da multinacional americana, por sinal, afirma que o estoque de ovos dos três maiores fornecedores foi praticamente zerado. O Walmart ainda está fechando os números, mas estima que a venda tenha sido entre 15% e 20% maior em relação à do ano passado. Segundo a empresa, a compra foi mais "ajustada" este ano, o que gerou uma sobra menor de unidades (não informada).

 

As encomendas via internet também cresceram, diz a Flores Online, que trabalha especialmente nos mercados de São Paulo e Rio. A demanda foi 20% maior este ano, com destaque para os arranjos de flores e trufas ou barras de chocolate (cerca de R$ 70), que custavam menos que os arranjos de ovos e flores.

 

No varejo, é de praxe que os ovos não vendidos retornem para a indústria, mas as lojas podem escolher entre a devolução imediata ou a "queima" dos produtos nos dias seguintes. Pelas contas da Associação Paulista de Supermercados (Apas), haverá pouco a oferecer. "Foi surpreendente. As lojas venderam tudo", diz Martinho Paiva Moreira, vice-presidente da Apas. Segundo ele, o volume ultrapassou em 15% o total de 2009 e os consumidores não se importaram com preços de 5% a 8% mais altos, devido à disparada do cacau no mercado internacional.

 

Nem o calor, o maior inimigo do fabricante de ovo de Páscoa, foi obstáculo para as vendas, diz André Metz, gerente comercial da gaúcha Chocolates Neugebauer. "Nossa expectativa é de termos alcançado nossa meta", diz ele, que espera alta em volume entre 10% e 15% sobre 2009. "Diferentemente do ano passado, o consumidor agora estava bem mais inclinado a comprar sem preocupação com crise. Além disso, a queda nas temperaturas foi fundamental", explica. A Neugebauer, entretanto, ainda não terminou seu balanço porque aguarda a liquidação dessa semana, que se tornou tradição. "Há muitos consumidores que esperam essa venda de ocasião", diz.

 

Veículo: Valor Econômico


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