O segmento de tintas imobiliárias cresceu 10% no primeiro trimestre e deve alavancar a projeção do setor, em 3,4% em 2010. "É uma previsão conservadora, 3,4% no ano. Esse primeiro trimestre está sendo muito forte, com um crescimento de aproximadamente 10% no segmento de tintas imobiliárias, apoiado no boom da construção civil", afirmou ao DCI o presidente da Associação Brasileira de Fabricantes de Tintas (Abrafati), Dilson Ferreira.
De acordo com o presidente da Abrafati, o setor possui capacidade instalada para 1,4 bilhão de litros/ano para uma produção em 2009 de 1,23 bilhão de litros/ano e faturamento de US$ 3,03 bilhões.
Alheio às previsões conservadoras, a pernambucana Tintas Iquine com forte atuação no segmento de tintas imobiliárias nas Regiões Norte e Nordeste está investindo R$ 15 milhões em expansão industrial em suas plantas de Jaboatão de Guararapes (PE) e Serra (ES).
"Atualmente comercializamos 55 milhões de litros de tinta/ano, com esse investimento nossa capacidade de produção deve atingir 120 milhões anuais", destacou o diretor de Marketing das Tintas Iquine, Alan Souza, e completou: "estamos na fase de compra de máquinas e equipamentos para a expansão de 40% da atividade fabril".
Souza comentou as perspectivas no segmento de tintas imobiliárias. "O crescimento da construção civil é a grande locomotiva do segmento de tintas imobiliárias, 80% de nossas vendas estão concentradas para residências, os programas habitacionais em andamento devem colaborar com nossa expectativa de 20% para esse ano", projetou o executivo. Ele enfatizou o potencial imobiliário. "O Brasil ainda tem um déficit habitacional muito grande que precisa de uma forte expansão para ser devidamente atendido. E também estamos atentos para a demanda de reformas, todo ano, o brasileiro renova o espírito de realizações no segundo semestre, como o desejo de entrar no Ano Novo de casa nova, favorecido por fatores econômicos como o 13º salário e o clima de verão, com mais dias de Sol para agilizar pequenas obras", exemplificou Alan Souza.
De acordo com o diretor, a Tintas Iquine também está investindo em outros segmentos. "Desenvolvemos lançamentos específicos para tintas automotivas, tintas industriais, adesivos e resinas, que respondem por 20% do faturamento", conclui Souza.
O diretor de Vendas da Basf responsável pela marca Suvinil, Marco Carboni, afirma que a previsão do setor é mesmo modesta. "O crescimento previsto pela Abrafati é tímido, crescemos dois dígitos no primeiro trimestre. O crescimento vem forte e estamos no pico de vendas de tintas decorativas ou imobiliárias porque o mercado de construção civil está aquecido", destaca Carboni.
O diretor confirma a expectativa de crescimento para o ano. "A divisão de tintas da Basf tem como meta, todo ano, crescer acima da média do mercado".
A divisão de Soluções Funcionais da Basf (Tintas, Catalisadores e Químicos para Construção) informou que está investindo R$ 20 milhões para dobrar a capacidade de produção de massa corrida e complementos na unidade de Jaboatão dos Guararapes nos próximos cinco anos.
A produção atual na fábrica pernambucana é de 70 mil toneladas/ano, ou seja, aproximadamente 15% da produção de tintas imobiliárias da companhia.
A empresa está ampliando a infraestrutura local com a aquisição de um terreno de 25 mil m² adjacentes à fábrica.
No ano passado, a Basf já havia investido R$ 21 milhões na expansão da unidade de São Bernardo do Campo (SP) para produzir 330 milhões de litros de tintas, esmaltes, vernizes e resinas.
A Akzo Nobel, dona da marca Coral, também confirmou a necessidade de investimentos. "A Região Nordeste cresce mais que o restante do País, acima dos 10% em tintas imobiliárias. Para acompanhar essa demanda estamos investindo R$ 50 milhões nos próximos cinco anos na expansão da capacidade em Mauá [SP] e principalmente em Recife [PE]", afirmou ao DCI, o presidente da Akzo Nobel para América Latina, Joaap Kuiper.
Veículo: DCI