Fabricantes buscam investidor estrangeiro para apoiar fusão

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O projeto de fusão das empresas de brinquedos no Brasil, em discussão por um grupo de cinco fabricantes locais, tem maiores chances de acontecer se as companhias conseguirem o apoio de um investidor estrangeiro - e isso vem sendo costurado nos últimos dias.

 

Na semana passada, empresários e representantes da Abrinq estiveram na sede de indústrias nos Estados Unidos e em Hong Kong, com o intuito de fechar uma parceria que envolva a transferência de tecnologia e a liberação de recursos para investimento. O Valor apurou que foram visitadas empresas como a Hasbro e a Toys World Electronic. As duas companhias foram procuradas pela reportagem, mas não se manifestaram.

 

A entrada de um investidor é uma questão fundamental nesse projeto, e um dos pontos mais delicados do acordo. As fabricantes Bandeirantes, Gulliver, Grow e Líder, que estão negociando a fusão, segundo o Valor apurou, acreditam que é preciso se fortalecer antes de se associarem. A Estrela, maior indústria do setor, entraria na associação numa segunda fase.

 

Com a forte competição no mercado local e a invasão de produtos importados nos últimos anos, algumas marcas perderam competitividade e eficiência. No Brasil existem 440 fabricantes de brinquedos e 280 importadores, donos de mais de 50% das vendas do setor. No acordo que está sendo costurado, as empresas pensam até em produzir brinquedos nas fábricas do futuro parceiro estrangeiro e vendê-los no país. Seriam beneficiadas das vantagens que esses produtores asiáticos possuem - como mão de obra barata e custo de fabricação reduzido. " Se a associação no exterior for fechada, pensamos até em fabricar no exterior pelo menos 20% dos brinquedos a serem vendidos pela empresa localmente " , afirma um executivo favorável ao acordo.

 

" Esse acordo só vai evoluir se tivermos dinheiro e tecnologia " , disse o presidente da Associação Brasileira de Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), Synésio da Costa. Se essas negociações iniciais avançarem, deve sair do papel a segunda fase do acordo: a entrada da fabricante Estrela na fusão. Procurada, a companhia nega a participação nesse projeto. " Não temos o que dizer sobre isso " , afirmou Carlos Tilkiam, presidente da Estrela.

 

No entanto, conforme o Valor apurou, o grupo tem interesse no projeto. A empresa está acompanhando passo a passo a discussão e, inclusive, foi quem, em um encontro na Abrinq, levantou a hipótese de associação das empresas e a questão passou a ser debatida.
 

 

Veículo: Valor Econômico


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