Redução de área plantada não se refletiu em menor safra porque uso de estufa de plástico aumentou rendimento
Mesmo com uma pequena redução da área de plantio, em torno de 3,5 %, a safra de morangos do Estado de Minas Gerais deve crescer este ano, segundo estimativas da Emater-MG. Conforme projeções da instituição, este ano devem ser colhidas ao todo cerca de 95 mil toneladas da fruta, um acréscimo de quase 12% em relação à colheita do ano passado, que foi de 85 mil toneladas.
O emprego cada vez maior de tecnologias nas lavouras é a principal explicação para esse aumento de produtividade, segundo o coordenador regional de Horticultura da Emater de Pouso Alegre, município ao sul de Minas Gerais que concentra a segunda maior área de cultivo da fruta no Estado, Raul Maria Cássia. Segundo ele, nos últimos anos, a quantidade de produtores que aderiu ao cultivo protegido do morango, ou seja, as plantas são cultivadas sob minitúneis de plástico, tem crescido e permitido que o volume de frutas produzido cresça, a despeito da diminuição das áreas plantadas.
"Em 2009, a área plantada foi de 1.700 hectares (3,6% inferior à de 2008) e isso não impediu o crescimento da safra, graças ao maior uso do plantio em túnel", afirma.
Conforme Cássia, a diferença de produtividade obtida entre quem cultiva os morangos ao ar livre e quem o faz pelo sistema de túneis é grande. Ele explica que ao passo que sob as miniestufas cada planta chega a produzir 1,5 quilo de morangos, o que significa uma produção de cerca de 70 toneladas por hectare, no método convencional esse número não ultrapassa as 30 toneladas/hectare.
Além disso, o cultivo protegido também permite o alongamento do período de colheita, conforme explica o especialista. "Geralmente a colheita ocorre entre fevereiro e agosto, no sistema convencional. No plantio em túnel a colheita pode durar até mais de um ano".
Aprovado. "Aqui, 90% daqueles que trabalham com o morango já estão utilizando esse método com sucesso", diz o produtor e presidente da Associação de Produtores de Tocos do Mogi, Paulo Roberto Rodrigues. "Fora isso, também adotamos o sistema de fertiirrigação por gotejamento, ou seja, a água que molha as plantas diretamente na raiz é enriquecida com nutrientes." Além do aumento da produtividade, o produtor destaca como vantagem da aplicação dessas tecnologias a melhoria da qualidade do produto, que tende a ser maior que o cultivado sob o sol, e a menor necessidade de uso de defensivos agrícolas dado que sob os túneis de plástico as plantas ficam menos sujeitas a pragas e doenças.
Veículo: O Estado de São Paulo