Hypermarcas tem quase R$ 1,9 bi para aquisições

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A Hypermarcas nunca teve tantos recursos em caixa para investir em novas aquisições, e na integração e expansão de seus negócios, desde que a companhia abriu o seu capital, em 2008. A soma do montante disponível chega a quase R$ 1,9 bilhão - um valor que inclui o caixa da companhia (R$ 641,9 milhões) e o volume captado há um mês na emissão de ações, que atingiu R$ 1,23 bilhão. O fôlego financeiro da empresa passou a ser calculado ontem pelos analistas com a apresentação dos resultados do grupo no primeiro trimestre do ano. Com as expectativas positivas, as ações ON da Hypermarcas subiram 11% ontem.

 

"São recursos que já fazem parte de nossos projetos de expansão para 2010", afirma Claudio Bergamo, presidente da Hypermarcas. "Apenas com os montantes obtidos com a emissão de papéis, um terço deve ser destinado para o pagamento das últimas aquisições ocorridas neste ano e os outros dois terços ficarão em nosso caixa", afirma ele. Com isso serão mais de R$ 800 milhões livres para investimentos futuros - sem contabilizar nesse cálculo os quase R$ 642 milhões que estão no caixa da companhia, de acordo com resultados do primeiro trimestre.

 

Não è á toa que tem circulado informações no mercado a respeito de novas aquisições da empresa neste ano. Segundo fontes do setor, o próximo alvo são os ativos do grupo Bertin na área de higiene e beleza, além do recente interesse nas fraldas Johnson& Jonhson - negociação esta que teria esfriado nos últimos tempos. Segundo o Valor apurou, em relação ao grupo Bertin, o interesse principal está no portfólio de marcas da empresa, que inclui Phytoderm, Neutrox, Karina, Kolene e Francis.



De acordo com executivos próximos à Hypermarcas, a família controladora do frigorífico Bertin teria acenado positivamente em torno de uma negociação no começo do ano (algo que a Bertin nega). A Hypermarcas já teria, inclusive, avaliado os ativos. Questionado a respeito, Bergamo afirma que a companhia "sempre está pronta para fazer um bom negócio", e conclui: "Estamos trabalhando em novas aquisições e comunicaremos o fato no momento certo."

 

Foram tantas operações recentes que a Hypermarcas já é hoje maior do que o grupo Unilever no Brasil em número de marcas. Desde a abertura de capital da empresa, foram aplicados cerca de R$ 4,8 bilhões na compra de ativos e há 135 marcas dentro do grupo. Jontex, Pom Pom, Niasi e Bozzano são algumas delas. Desse total, uma centena são consideradas "top brands", com alto potencial de crescimento. De janeiro a março, a Hypermarcas registrou alta de 71% na receita líquida, que atingiu R$ 656,8 milhões. Os ativos adquiridos em 2009 contribuíram com uma alta de 46% na receita do intervalo.

 

Uma empresa desse tamanho exigiu que a empresa criasse um modelo de integração das operações adquiridas. Dados publicados pelo grupo em fevereiro, e atualizados ontem, mostram que, das dezesseis empresas adquiridas desde 2007, nove ainda estão na primeira fase de integração. Ali é dado o pontapé inicial da fusão, com ganhos mínimos de sinergia. Na fase dois, em que ocorrem ajustes operacionais, estão apenas três empresas e outras quatro estão na última etapa da união de ativos - que inclui lançamentos e remodelagem de linhas de produtos.

 

Veículo: Valor Econômico


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