Argentina limita importação de alimentos

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Medida deverá barrar produtos brasileiros como carne suína, tomate e milho em conserva, segundo a imprensa local

Decisão, que deve entrar em vigor em 10 de junho, não foi publicada; supermercados receberam a informação por telefone ou pessoalmente

 

Depois de sinalizar a distensão de barreiras comerciais em relação aos produtos brasileiros, o governo argentino anunciou agora que irá proibir redes de supermercados de importar alimentos que também sejam produzidos localmente.

 

Prevista para vigorar em 10 de junho, segundo a imprensa local, a medida deve barrar principalmente itens da agroindústria brasileira, como carne suína, tomates e milho em conserva.

 

O anúncio foi feito na quinta-feira passada pelo secretário do Comércio Interior argentino, Guillermo Moreno.

 

Sem publicar a norma nos diários oficiais do governo, ele comunicou a decisão por telefone ou pessoalmente aos diretores de grandes redes de supermercados, deixando dúvidas sobre os critérios e a extensão da proibição.

 

Apesar de não ter sido informado oficialmente sobre as restrições comerciais e de os alimentos não serem ""significativos" nas exportações ao país vizinho, o governo brasileiro procurou o primeiro escalão do governo argentino.

 

A intenção, segundo a Folha apurou, é comunicar a ""preocupação" em relação ao caso.

 

Mesmo sem ter sido oficializada, a medida já vem causando problemas na venda de milho em conserva brasileiro às redes argentinas, segundo fontes do governo.

 

O presidente da Abia (Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação), Edmundo Klotz, diz que as empresas com negócios na Argentina consideraram a atitude do secretário ""muito estranha".

 

Klotz afirma que, se a medida for realmente aplicada, a indústria argentina terá dificuldades para substituir os produtos brasileiros.

 

""Se o Brasil retaliar, será mais oneroso para eles. Mas a situação ainda não chegou a esse ponto e estamos tentando entender se é só uma notícia, um fato ou se será um decreto."

 

"Eles não são [um mercado] tão importantes quanto imaginam, mas todo cliente é custoso para conquistar e não queremos [perdê-los]", afirmou.

 

Sem saber como negociar compras futuras, as redes de supermercados disseram que irão se reunir com Moreno ainda nesta semana.

 

Para não correr o risco de perder a mercadoria, as empresas levarão listas de produtos para que o secretário indique o que será proibido.



A principal dúvida é em relação aos produtos que, de forma geral, são produzidos no país, mas que não são exatamente iguais aos importados.

 


Massa e azeite
Até agora, o secretário -conhecido pela falta de institucionalidade nas atitudes, segundo a imprensa argentina- vetou verbalmente as massas italianas e o presunto e o azeite de oliva espanhóis.

 

Poderoso dentro do governo da presidente Cristina Kirchner, Moreno influencia decisões em diferentes ministérios.

 

Ontem, a reportagem entrou em contato com a Secretaria do Comércio Interior três vezes para solicitar detalhes sobre a medida tomada. Nenhum funcionário, além de Moreno, está autorizado a falar. O secretário não respondeu aos pedidos de entrevista.

 

Veículo: Folha de São Paulo


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