Barreira argentina pode afetar exportações de SC

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País vizinho quer proibir importação de alimentos com similar nacional, o que atinge a carne catarinenseO governo argentino pretende impedir que redes de supermercado do país importem alimentos também produzidos pela indústria local. Prevista para entrar em vigor em 10 de junho, a medida é vista como abusiva e inaceitável pela Federação das Indústrias de SC (Fiesc), enquanto os produtos catarinenses se mostraram céticos de que o bloqueio realmente seja posto em prática.

 

Segundo a presidente da Câmara do Comércio Exterior da Fiesc, Maria Tereza Bustamante, a decisão argentina pode afetar duramente o Estado e outros 37 segmentos da indústria brasileira que comercializam alimentos com o país vizinho.

 

– A indústria brasileira vem sendo submetida a restrições de importação da Argentina desde 2002. Desde então as exportações para lá só têm caído.

 

Ela atribui esse resultado à falta de vontade política do governo federal em enfrentar a questão.

 

– Há uma determinação do presidente Lula dizendo que o mercado interno está bombando e que temos obrigação de colaborar com a Argentina, com isso o problema não se resolve e a Argentina sente-se à vontade para impor os bloqueios – critica.

 

Entre os 10 itens catarinenses mais exportados para o país vizinho, dois estão na categoria de alimentos: a carne suína (cortes, carcaça e industrializada), do qual a Argentina é o quinto maior comprador, e a banana (fresca, seca, caramelizada e embalada para consumo direto).

 

Para Bustamante, mais relevante do que listar os produtos barrados é não aceitar pacificamente essas barreiras sem atitudes de enfrentamento, mesmo que sejam de retaliação.

 

– A Fiesc vai reagir e o setor industrial vai reclamar e se manifestar, mas cabe ao governo adotar medidas de retaliação, caso sejam necessárias.

 

Surpreso com a notícia, o presidente da Associação Catarinense dos Criadores de Suínos (ACCS), Wolmir de Souza, disse que esse tipo de medida restritiva é normal e resulta de uma política em defesa do setor.

 

– Acredito que a decisão pretende criar a possibilidade de negociação com o Brasil, mas não acho que ela se sustente porque eles não conseguem suprir o mercado interno. Se não importarem, podem acabar causando uma explosão nos preços.

 

Para o presidente da Aurora – agroindústria catarinense com a maior produção de suínos –, Mário Lanznaster, a decisão argentina foi intempestiva e, por isso, não se sustentará por mais do que três semanas.

 

Com produção mensal de 70 mil toneladas, das quais 87% ficam no Brasil e 13% vão para o mercado externo, a Aurora exporta uma média de 400 a 500 toneladas mensais de carne de porco para a Argentina, que ocupa o quarto lugar como importador da empresa.

 

– A Argentina é um bom comprador. Esperamos que voltem atrás, mas se mantiverem o bloqueio teremos de redistribuir no mercado interno.

 

Veículo: Diário Catarinense

 


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