Valor médio do litro de etanol na capital é de R$ 1,373, mas há postos cobrando até R$ 1,999
Depois de meses em patamares elevados, o preço do etanol, o álcool combustível, nos postos da capital voltou aos níveis praticados em 2009. Dos 350 postos de São Paulo consultados pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) em sua pesquisa semanal entre os dias 9 e 15 de maio, só 26 deles cobram mais de R$ 1,50 por litro.
As altas nos preços, que duraram até os primeiros meses do ano, têm raízes no primeiro semestre de 2009, quando a falta de crédito obrigou os produtores a desovar seus estoques no mercado. Já no segundo semestre, o excesso de chuvas fez as usinas perderem produtividade. Além disso, as unidades tiveram o dobro de tempo de ociosidade que normalmente teriam, o que prejudicou a formação de estoques para a entressafra, de janeiro a abril.
Preço pode cair mais
Desde o início da safra da cana de açúcar, no entanto, o preço tem caído e, para a consultora da Tendências, Amaryllis Romano, o etanol pode ainda ficar mais barato. “A tendência é de estabilidade, mas ainda é possível que ele recue até outubro”, avalia ela, acrescentado que a safra se encerra em dezembro, mas que em outubro a produtividade e o ritmo das usinas começa a desacelerar.
Esse prognóstico leva em conta que as condições climáticas continuem favoráveis. “A safra está boa, e, se as chuvas não atrapalharem, os preços podem voltar aos patamares de 2009. Falta pouco”, afirma o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo (Sincopetro-SP), José Alberto Paiva Gouveia.
“É claro que pode haver variações, dependendo da produtividade de cada usina”, lembra Amaryllis. Mas o risco de altas desproporcionais nos preços, diz ela, é baixíssimo, pois o consumidor não toleraria e forçaria os preço.
Até 75% de diferença
“O consumidor aprendeu a usar o carro bicombustível e provou isso no começo do ano: com o álcool caro, muita colocou gasolina”. Em regra geral, é vantajoso por etanol quando seu preço é menor do que 70% do da gasolina.
A pesquisa da ANP mostra preço médio de R$ 1,373 na capital. O menor valor foi R$ 1,139 e o maior R$ 1,999, diferença de 75%. Dos 350 postos visitados, 134 não haviam apresentado a nota fiscal de compra do produto. “É impossível garantir a qualidade do combustível sem nota”, diz Gouveia, do Sincopetro. “Preço ‘milagroso’ pode ser mau negócio”.
Veículo: Jornal da Tarde