Logística, um gargalo quase que invencível

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Na avaliação de produtores e especialistas, o futuro da soja mato-grossense depende da sua competitividade no mercado global, para o que precisará, além do empenho do produtor, do apoio governamental, notadamente de novas e mais baratas vias de escoamento da produção. 
 
 

“Precisamos melhorar a nossa logística, que é cara e tira a competitividade dos nossos produtos no mercado internacional”, aponta o diretor da Aprosoja/MT, Carlos Fávaro.

 

Iniciativas nesse sentido já estão sendo tomadas com a implementação dos corredores de exportação Centro-Norte, Cuiabá-Santarém, integrando rodovias, ferrovias e hidrovias aos sistemas de transporte da produção agrícola nacional. “Esse esforço do governo federal é indispensável para que o país possa reduzir a importância desse item na composição dos custos totais da tonelada de produto brasileiro que chega aos mercados internacionais”, pontua Fávaro.

 

De acordo com estudos, a cada safra a sojicultura estadual perde R$ 1 bilhão devido à precária logística de escoamento. Esse gargalo projeta um cenário em que, em pouco tempo, não haverá mais condições de dar vazão à produção mato-grossense – que tem potencial de ampliação no volume de grãos de até 50% sem abrir um hectare sequer.

 

“A falta de logística consome a renda agrícola, o que leva às entidades do segmento a atuarem também na busca por soluções para o fim dos gargalos”, afirma Ricardo Arioli. Segundo ele, ser o campeão de produção e produtividade não tem garantido renda ao produtor. O Estado enfrenta sérias dificuldades de infra-estrutura, está amparado por uma política de crédito inadequada às peculiaridades do Estado e também por diretrizes inócuas de seguro rural. “Além disso, ainda sofremos grande pressão ambiental”, frisa Arioli.

 

Em Mato Grosso, o custo médio do transporte rodoviário é muito alto, a exemplo do ferroviário, que ainda não oferece vantagens aos produtores. “Os preços estão praticamente equiparados”, afirma o presidente da Aprosoja/MT, Glauber Silveira, que também defende a implementação do transporte hidroviário como uma das alternativas para o escoamento da produção. Este sistema de transporte, contudo, é pouco utilizado no Brasil e, muito menos, em Mato Grosso. Para se ter uma idéia, apenas 5% da soja brasileira viaja por hidrovias, enquanto nos Estados Unidos este percentual é de 61%. A relação se inverte quando o meio de transporte focado é o rodoviário: apenas 16% da soja norte-americana é transportada por rodovias, contra 67% da brasileira.

 

“Ainda assim, o Brasil não precisa ter medo de competir. Já alcançou os melhores índices de produtividade e tem condições de figurar como líder mundial na produção de soja”. (MM)


 
 
Veículo: Diário de Cuiabá


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