Guardian começa a fabricar vidro "ecológico" no Brasil

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A americana Guardian, fabricante mundial de vidros, inaugura nesta semana, oficialmente, a a fábrica de Tatuí, no interior de São Paulo, e a ampliação da unidade de Porto Real, no Rio de Janeiro. O investimento total foi de R$ 375 milhões e, com a nova unidade, começa a produzir, no Brasil, um vidro de controle solar e eficiência energética.

 

As fábricas já estão em operação e mais que dobram a capacidade produtiva da empresa, que saiu de 620 toneladas por dia para 1420 toneladas diárias. Cerca de 90% da produção da Guardian é voltada à construção civil. O setor automotivo responde pelos outros 10%.

 

A linha de vidros de controle solar está sendo feita em Porto Real, primeira fábrica da Guardian no Brasil, inaugurada há 12 anos. Muito usado em edifícios comerciais de alto padrão, esse vidro diminui em cerca de 70% o ganho de calor do ambiente externo. Com a abertura da nova linha - que consumiu R$ 75 milhões - a subsidiária brasileira passa de importadora a exportadora desse tipo de vidro.

 

Segundo Mark Lacasse, diretor-geral da Guardian no país, a fabricação local permite uma redução de custo de 30% no preço do produto. A partir de agora, o Brasil irá fornecer o vidro "ecológico" para toda a América Latina. A Guardian tem 15 unidades no mundo - de um total de 28 - que produzem esse tipo de produto.

 

"Estamos interessados em explorar o mercado residencial também", diz Lacasse. A empresa está produzindo um vidro solar monolítico (com uma só camada) com baixo grau de reflexão - produto que acredita ser mais atraente para os imóveis residenciais. Nos imóveis comerciais, o mais usual é o vidro duplo, com uma camada de ar no meio de duas placas. Em comparação ao incolor, o vidro com eficiência energética pode custar entre 60% e 120% mais caro.

 

A Guardian começou a anunciar os primeiros planos de abrir uma segunda fábrica em 2001. Demorou quase dez anos até que a unidade entrasse em operação. Nesse intervalo, o setor de construção civil - principal consumidor, andou de lado, cresceu velozmente, se contraiu com a crise de 2008 e voltou a se recuperar novamente. "A demanda e a forma como o Brasil superou a crise nos surpreendeu", diz o diretor-geral da companhia.

 

A Guardian estima, para este ano, um crescimento de 20% nas vendas. Com isso, deve atingir um faturamento de R$ 800 milhões no Brasil. Mundialmente, a companhia americana tem uma receita de US$ 4 bilhões.

 

A expansão das indústrias imobiliária, automotiva e moveleira - todas beneficiadas pela redução do IPI - fez com que as empresas de vidro iniciassem um novo ciclo de expansão, com investimentos que somam mais de R$ 1 bilhão na abertura ou reativação de fornos. Depois de um crescimento de cerca de 10% em 2009, a Abividro (Associação Brasileira da Indústria do Vidro) estima um aumento de 12% para este ano em vidros planos.

 

Principal concorrente mundial da Guardian, a Cebrace - joint venture entre a francesa Saint Gobain e a inglesa Pilkington - está investindo cerca de R$ 460 milhões em dois fornos. Com quatro fábricas, a Cebrace tem outro investimento, de R$ 140 milhões, para uma nova unidade, que deve ficar pronta no fim de 2011.

 

Veículo: Valor Econômico


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